Uma pesquisa realizada pela Genial/Quaest e divulgada no domingo, 6, revela que 56% da população brasileira se opõe à anistia para os condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023, defendendo que as penas aplicadas devem ser cumpridas. O resultado do estudo foi revelado no mesmo dia em que o ex-presidente Bolsonaro e seus apoiadores realizaram uma manifestação na Avenida Paulista, exigindo a liberdade dos indivíduos que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Com relação à anistia, apenas 18% dos entrevistados acreditam que os manifestantes deveriam ser liberados por não terem sido detidos corretamente, enquanto 16% defenderam a soltura, argumentando que já cumpriram tempo demais de prisão. As condenações para os participantes da tentativa de golpe em 8 de janeiro atingem, em alguns casos, penas de até dezessete anos, consideradas elevadas de acordo com a legislação brasileira. O caso de Débora Rodrigues dos Santos, que se tornou conhecida por escrever “perdeu mané” em uma estátua da Justiça com batom, tem sido utilizado por apoiadores de Bolsonaro como símbolo da luta pela anistia. Após dois anos encarcerada, Débora foi transferida para prisão domiciliar em virtude da responsabilidade com seus filhos pequenos, e sua condenação baseou-se na alegação de que ela participou da tentativa de golpe não consumado.
A pesquisa da Quaest também segmentou as respostas dos entrevistados com base em região geográfica, gênero, escolaridade e religião. O único grupo que mostrou maior apoio à anistia foram os evangélicos, com 44% se manifestando contra a anistia, enquanto 45% acreditavam que os radicais do 8 de janeiro não deveriam estar presos, seja por considerarem que não deviam ter sido condenados, seja por acharem que já cumpriram pena suficiente.
Outro aspecto abordado na pesquisa foi a percepção dos brasileiros sobre o julgamento do ex-presidente Bolsonaro, que é acusado de tentativa de golpe após sua derrota nas eleições de 2022. Nos bastidores, há indicações de que ele pode ser condenado. De acordo com a pesquisa, 49% dos entrevistados acreditam que Bolsonaro deve ser condenado, enquanto 35% defendem sua absolvição. A pesquisa ouviu um total de 2.004 cidadãos com 16 anos ou mais entre os dias 27 e 31 de março, com uma margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.