O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no dia 1º uma nova investigação comercial que poderá resultar na imposição de tarifas adicionais sobre a madeira importada. Essa decisão é adicionada a tarifas já em vigor sobre madeira macia canadense e a uma taxa de 25% a ser aplicada a todos os produtos provenientes do Canadá e do México, que está programada para entrar em vigor na próxima semana. Segundo o consultor comercial da Casa Branca, a investigação sobre as importações de madeira tem como objetivo neutralizar as práticas de grandes exportadores, como Canadá, Alemanha e Brasil, que estariam, segundo ele, “despejando madeira em nossos mercados”, prejudicando a economia local e a segurança nacional.
De acordo com informações fornecidas por representantes da Casa Branca, Trump tomou essa decisão em resposta a preocupações relacionadas à oferta e demanda de produtos de madeira nos Estados Unidos. O presidente também assinou um memorando pedindo uma investigação sob a Seção 232 do Trade Expansion Act de 1962, citando questões de segurança nacional sobre a importação de madeira. Essa legislação já foi utilizada anteriormente para justificar tarifas sobre aço e alumínio importados de várias regiões do mundo. A investigação abrangerá produtos derivados de madeira, incluindo móveis, que em alguns casos utilizam madeira exportada dos Estados Unidos.
As autoridades mencionaram que o Departamento de Comércio acelerará a investigação, embora não tenha sido divulgado um cronograma para a conclusão do processo. Além disso, Trump ordenou a implementação de novas medidas destinadas a aumentar a oferta doméstica de madeira, o que envolve a simplificação dos processos de autorização para a extração em terras públicas e a recuperação de árvores caídas em florestas e cursos d’água. Informações da Casa Branca apontaram que a nova ordem exigirá uma atualização nas orientações de agências para facilitar a produção de madeira, incluindo aprovações mais rápidas para projetos com base na Lei das Espécies Ameaçadas.
Um representante da Casa Branca destacou que a crescente dependência de madeira importada é um potencial risco à segurança nacional, especialmente porque as Forças Armadas dos Estados Unidos consomem grandes quantidades desse material para suas construções. A dependência acentuada de importações, dada a abundância de madeira disponível no mercado interno, é considerada prejudicial à economia do país. Embora não tenham sido especificados detalhes sobre a taxa tarifária em análise, Trump mencionou anteriormente a possibilidade de uma tarifa de 25% sobre madeira e produtos florestais.
Qualquer tarifa decorrente da nova investigação se somaria aos atuais 14,5% de direitos antidumping e antissubsídios já aplicados à madeira macia canadense. Esses direitos resultam de uma longa disputa comercial entre os Estados Unidos e o Canadá sobre o uso de taxas baixas para corte em terras públicas, que Washington considera um subsídio inadmissível. A maior parte da madeira nos Estados Unidos é coletada de terras privadas com preços determinados pelo mercado. As tarifas têm sido criticadas por construtores de casas, que afirmam que elas aumentam os custos da madeira e contribuem para a inflação nos preços dos imóveis.
Os novos impostos sobre a madeira seriam acrescentados às tarifas gerais de 25% que Trump anunciou para todos os produtos canadenses e mexicanos, que entrarão em vigor na próxima terça-feira, a menos que haja negociações bem-sucedidas entre os países para controlar suas fronteiras e combater o tráfico de fentanil. Essa nova investigação tarifária segue a ordem anterior de Trump, que solicitou uma nova análise sobre as importações de cobre, visando revitalizar a produção interna desse metal essencial para setores como veículos elétricos e equipamentos militares.
Recentemente, Trump também deu instruções para reiniciar investigações visando a imposição de tarifas sobre importações de países que taxam serviços digitais de empresas de tecnologia dos Estados Unidos, com o Canadá novamente entre os países apontados, ao lado de França, Grã-Bretanha, Itália, Espanha, Áustria, Índia eTurquia.