O Hamas declarou neste domingo que a decisão do primeiro-ministro israelense de interromper a ajuda humanitária destinada a Gaza representa uma forma de “chantagem” e um “golpe” no acordo de cessar-fogo. O grupo palestino está solicitando que mediadores intervenham para que Israel elimine as medidas punitivas impostas à região. Neste domingo, Israel bloqueou a entrada de caminhões de ajuda humanitária no enclave.
O ministro das Relações Exteriores de Israel afirmou à imprensa que existem “enormes quantidades de ajuda humanitária” já em Gaza, que, segundo ele, estariam “provavelmente nas mãos do Hamas”. Ele declarou que Israel não permitirá a continuidade da entrada de ajuda, nem o avanço nas negociações com o grupo islâmico sem contrapartidas.
Durante coletiva de imprensa em Jerusalém, o ministro ressaltou que “os princípios são claros: as negociações devem estar vinculadas à libertação de reféns”. Saar também mencionou que Israel aceitou uma proposta do enviado do presidente dos EUA para um cessar-fogo temporário em Gaza durante o Ramadã e a Páscoa, mas que o Hamas rejeitou tal proposta.
Se a proposta tivesse sido aceita, a trégua poderia ter suspenso os combates até o fim do Ramadã, previsto para cerca de 31 de março, e até o final da Páscoa judaica, que ocorre por volta de 20 de abril. A proposta de trégua estava condicionada à libertação de metade dos reféns, tanto vivos quanto mortos, no primeiro dia, sendo o restante libertado posteriormente, caso um acordo de cessar-fogo permanente fosse alcançado. O Hamas, por sua vez, afirmou seu compromisso com o cessar-fogo originalmente acordado, que deveria avançar para uma nova fase com o intuito de resolver o conflito de forma definitiva, e rejeitou a sugestão de uma extensão temporária da trégua de 42 dias.
