Pesquisa realizada em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo revelou as variações de preços e tendências de consumo no mercado imobiliário em 2024. Em São Paulo, os preços dos imóveis à venda aumentaram 4,28% no ano, embora esse índice esteja abaixo da inflação, que foi de 4,83%. Isso resulta em uma desvalorização real de 0,55% no valor do metro quadrado na capital paulista. No Rio de Janeiro, o preço médio do metro quadrado caiu 2,95%, enquanto Belo Horizonte registrou um aumento de 5,93%, superando a inflação e indicando uma valorização real de 1,1%.
O gerente de Dados do Grupo QuintoAndar observou que a elevação das taxas de juros influenciou negativamente a demanda, limitando a valorização dos imóveis. A dificuldade na obtenção de crédito, devido ao aumento das taxas de financiamento pelos bancos, tem levado muitos potenciais compradores a adiarem a aquisição de imóveis. Até o final de 2024, espera-se que o preço médio do metro quadrado chegue a R$ 7.315 em São Paulo, R$ 5.000 no Rio de Janeiro e R$ 5.032 em Belo Horizonte.
No contexto da demanda, houve um aumento significativo na procura por imóveis com ar-condicionado em São Paulo. A busca por unidades já equipadas com o aparelho tornou-se predominante, superando a procura por características tradicionais como vagas de garagem e varandas. Essa mudança no perfil de busca pode ser atribuída às altas temperaturas registradas em 2024, ano considerado o mais quente desde 1961, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia. Muitos condomínios não permitem a instalação de ar-condicionado, o que torna essencial a busca por imóveis que já dispõem desse equipamento.
No Rio de Janeiro, os filtros de busca mais populares entre os compradores foram “apartamento cobertura”, “vista livre” e “sol da manhã”. Especialistas indicam que fatores como a posição solar e a privacidade exercem influência significativa sobre a valorização dos imóveis na cidade. Uma vista livre, por exemplo, pode proporcionar maior privacidade e impactar positivamente o valor de mercado.
Belo Horizonte também apresentou suas próprias tendências de busca, com bairros como Buritis, Castelo e Santo Antônio se destacando. O bairro Santo Antônio, que subiu de posição no ranking e superou áreas normalmente mais valorizadas como Lourdes e Sion, é considerado nobre e residencial, com boas opções de comércio e lazer, além de apresentar um preço do metro quadrado mais acessível em comparação com a Savassi, o que atrai compradores. As expectativas para 2025, segundo o QuintoAndar, indicam que o mercado imobiliário continuará em desaceleração, com uma possível desvalorização real dos imóveis mais acentuada do que a observada em 2024.
