3 março 2025
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Israel interrompe assistência humanitária em Gaza

A decisão de Israel de suspender a entrada de ajuda humanitária em Gaza foi denunciada pelo Hamas como uma violação do acordo de cessar-fogo já comprometido, em meio a novos ataques israelenses no território palestino. O Ministério da Saúde da região relatou mortes em decorrência desses ataques. O conflito atual é resultado da instabilidade que se seguiu à primeira fase da trégua, que teve início em 19 de janeiro, mediada pelo Catar, com o suporte do Egito e dos Estados Unidos.

Após o término da primeira fase da trégua no último sábado, Israel afirmou ter aceitado uma proposta de última hora do emissário norte-americano Steve Witkoff. Esta proposta previa a extensão da trégua durante o Ramadan e até a Páscoa judaica, com a condição de que, nesse período, todos os reféns mantidos em Gaza fossem libertados em duas etapas, a segunda das quais dependeria de um acordo de cessar-fogo permanente.

O Hamas rejeitou esta proposta, exigindo que a segunda fase do acordo original de trégua fosse aplicada. O grupo considerou que os compromissos oferecidos pelos Estados Unidos significam um retrocesso por parte de Israel em relação às obrigações assumidas. A posição do governo israelense, representada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, foi de suspender a entrada de bens e suprimentos na Faixa de Gaza, enfatizando que “não haverá cessar-fogo sem a libertação dos reféns”.

O comunicado do gabinete de Netanyahu indicou que, caso o Hamas continue a não aceitar as condições propostas, outras consequências seriam impostas. Além disso, foi informado que nenhum caminhão de suprimentos entraria em Gaza até novas instruções, levando o Hamas a classificar a decisão como uma “chantagem barata” e um ato de guerra.

O Hamas, que controla Gaza desde 2007, solicitou a intervenção de mediadores e da comunidade internacional para que Israel terminasse suas “medidas punitivas” contra a população da região, que vive uma crise humanitária após 15 meses de hostilidades. O acordo de cessar-fogo original, que compreende três fases de 42 dias cada, viu o Hamas libertar 25 reféns em troca de aproximadamente 1.800 prisioneiros palestinos.

Atualmente, a segunda fase do acordo é incerta, mas incluiria a liberação de mais reféns, em troca de prisioneiros palestinos, e visaria um fim definitivo do conflito, enquanto a fase final se concentraria na reconstrução de Gaza. O Egito solicitou a implementação total do acordo, indicando que não há alternativa viável.

Em meio a esse impasse, que eleva o risco de um retorno às hostilidades, o Ministério da Saúde do Hamas reportou a morte de quatro pessoas em novos ataques israelenses. De acordo com o ministério, esses indivíduos foram levados a hospitais após os confrontos em várias áreas da Faixa de Gaza. O Exército israelense justificou os ataques afirmando que estavam sendo direcionados a suspeitos envolvidos com explosivos no norte da região.

Enquanto isso, a Cruz Vermelha pediu que todos os esforços fossem feitos para manter o cessar-fogo, e a Jihad Islâmica, um aliado do Hamas, responsabilizou Israel pelas consequências de sua postura, que poderia comprometer a trégua.

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