4 março 2025
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Itamaraty condena suspensão de ajuda humanitária em Gaza por Israel

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, emitiu uma nota nesta segunda-feira (3) onde expressa sua desaprovação em relação à decisão de Israel de interromper a entrada de ajuda humanitária em Gaza. Segundo o Ministério, essa ação “agrava a delicada situação humanitária e compromete o cessar-fogo atualmente em vigor”. O governo brasileiro reitera que Israel possui a obrigação de garantir serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024, sem que haja obstruções.

A nota também ressalta que a obstrução deliberada e a utilização política da ajuda humanitária configuram uma grave violação do direito internacional humanitário. O governo brasileiro convoca todas as partes envolvidas a cumprirem rigorosamente os termos do acordo de cessar-fogo, além de se engajarem em negociações para assegurar uma suspensão definitiva das hostilidades, a retirada das forças israelenses de Gaza, a libertação de todos os reféns e a criação de mecanismos eficazes que garantam a entrada irrestrita e em escala necessária de assistência humanitária.

Israel anunciou, no domingo (2), que suspenderia a entrada de ajuda humanitária em Gaza após o Hamas ter rejeitado a prorrogação da primeira fase do cessar-fogo. Este acordo, que tinha início em janeiro, culminou na libertação de sequestrados israelenses e de prisioneiros palestinos, mas chegou ao fim frente às exigências da organização.

O Hamas argumentou que o governo israelense estaria “manipulando” a situação, ao sugerir que a extensão do cessar-fogo se sobreporia ao mês sagrado islâmico do Ramadã e ao feriado judaico da Páscoa. Essa prorrogação havia sido proposta por Steve Witkoff, enviado do presidente dos Estados Unidos, no contexto das negociações.

Em resposta, o Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que, com a conclusão da Fase A do acordo de reféns e a recusa do Hamas em aceitar a proposta de Witkoff, ficou decidido que a partir daquela manhã, toda a entrada de bens e suprimentos em Gaza seria interrompida. O governo israelense afirmou que não permitirá continuar o cessar-fogo sem a libertação dos reféns.

Por sua vez, o líder do Hamas, Mahmoud Mardawi, afirmou que “o único caminho para a estabilidade regional e a devolução dos prisioneiros é a implementação total do acordo, iniciando pela segunda fase”. Essa fase proposta pelo Hamas incluiria negociações para um cessar-fogo permanente, a retirada total das tropas israelenses de Gaza e a reconstrução do enclave, seguidas pela libertação de prisioneiros como parte de um acordo.

Os israelenses, por outro lado, desejam a continuação da fase um, a qual envolve a troca de reféns, tanto vivos quanto mortos, a libertação contínua de prisioneiros palestinos e um aumento no volume de ajuda a ser destinada a Gaza. A expectativa é de que ainda existam cerca de 24 reféns israelenses vivos na região.

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