A recente decisão de Donald Trump de interromper a ajuda militar à Ucrânia levanta preocupações sobre o futuro do conflito e as dinâmicas nas relações internacionais. Durante sua participação em um programa especializado, Christopher Garman, diretor-executivo da Eurasia Group, ofereceu uma análise aprofundada da situação atual. Ele acredita que, apesar da interrupção da ajuda, ainda há oportunidades para um novo acordo de paz na Ucrânia. Garman destacou que a Ucrânia possui a capacidade de se manter e se defender contra a Rússia por um período, mesmo sem novos suprimentos provenientes dos Estados Unidos.
O analista apresentou vários possíveis cenários sobre a evolução do conflito. Uma das alternativas é que a Europa possa intensificar seu envolvimento, proporcionando uma cobertura de segurança mais robusta para a Ucrânia. Outra possibilidade é a negociação de um novo acordo que seja mediado pelo Reino Unido e a França, o que poderia trazer os Estados Unidos de volta às discussões. Além disso, os países europeus poderiam aumentar significativamente seus investimentos militares, oferecendo suporte financeiro e tropas à Ucrânia.
Garman também enfatizou que a decisão de Trump pode indicar uma potencial fratura na aliança transatlântica que existe desde a Segunda Guerra Mundial. Ele expressou que a mensagem principal desse movimento é que a Europa não pode mais contar com a segurança provida pelos Estados Unidos.
O especialista observou movimentos recentes da administração norte-americana que sugerem uma possível reaproximação entre os Estados Unidos e a Rússia. Isso inclui negociações com o governo de Vladimir Putin e discussões sobre interesses econômicos e comerciais. Garman concluiu que, embora a situação seja alarmante, “nada está ainda totalmente perdido”. Contudo, ele prevê que haverá uma inevitável reavaliação dos gastos militares na Europa nos anos futuros, à medida que o continente busca uma menor dependência em relação aos Estados Unidos.