Na próxima sexta-feira, 7, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizará uma visita ao assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) localizado em Minas Gerais. A cidade de Campo do Meio, a 327 quilômetros ao sul de Belo Horizonte, será o local de sua visita ao Quilombo Campo Grande. Esta será a primeira vez que Lula visita um assentamento do MST em seu terceiro mandato presidencial.
Durante sua estadia em Minas, está prevista a assinatura do decreto de assentamento do Quilombo Campo Grande, que anteriormente era a Usina Ariadnópolis. A expectativa do governo é que essa ação beneficie aproximadamente 12 mil famílias que estão assentadas na região. Além disso, o presidente deverá divulgar novas políticas voltadas para a ampliação do crédito destinado a trabalhadores rurais, juntamente com outras iniciativas relacionadas à reforma agrária.
O MST tem expressado críticas significativas em relação à política agrária do atual governo. Petistas afirmam que a relação com o movimento social é complicada. O MST é considerado um dos movimentos sociais mais estruturados, especialmente quando comparado a outros, como o estudantil e o sindical, que têm demonstrado baixos índices de mobilização. Entretanto, existe um sentimento entre alguns integrantes do partido de que, por vezes, as ações do MST apresentam mais desafios do que benefícios. Alguns membros do movimento chegaram a solicitar a saída do ministro Paulo Teixeira, responsável pelo Desenvolvimento Agrário.
Em janeiro, lideranças do MST foram recebidas por Lula no Palácio do Planalto. O coordenador do movimento, João Paulo Rodrigues, manifestou descontentamento, sugerindo que os avanços da reforma agrária têm ficado aquém das expectativas. Rodrigues informou que apenas 3,5 mil das 65 mil famílias que estão acampadas conseguiram ser assentadas nos últimos dois anos.
A visita do presidente ao assentamento em Minas Gerais reflete a busca de reconciliação e fortalecimento de laços com os sem-terra. Recentemente, João Paulo Rodrigues esteve presente em uma comitiva presidencial na cerimônia de posse do novo presidente uruguaio, Yamandú Orsi. Em 2023, durante a primeira fase do governo Lula, o presidente já havia levado João Pedro Stédile, cofundador do MST, em uma missão oficial à China. Outra ação que resultou em uma resposta positiva do MST foi a presença de Gleisi Hoffmann, que, durante seus sete anos na presidência do PT, estabeleceu uma relação construtiva com os líderes do movimento.
Em 2023, no mês conhecido como Abril Vermelho, que é caracterizado pela intensificação dos protestos do MST, ocorreram invasões em propriedades da Embrapa e da empresa de celulose Suzano, na Bahia. Essas ocupações provocaram um desgaste na relação entre o governo Lula e o movimento sem-terra.