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Duda Lima, ex-marqueteiro de Jair Bolsonaro, esclareceu sua posição em relação ao vídeo viral do deputado Nikolas Ferreira, que aborda o sistema de pagamentos Pix. Segundo Lima, ele não teve envolvimento direto na criação do conteúdo que se tornou um sucesso nas redes sociais. Ele criticou a gestão atual, atribuindo a crise gerada em torno do Pix à incapacidade do governo e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de gerenciar a situação de maneira eficaz. Em uma entrevista à CNN, Haddad havia mencionado que Duda era o responsável pela produção do vídeo, que foi publicado no mesmo dia em que o governo federal decidiu cancelar uma medida que ampliava a fiscalização do sistema.
Lima argumenta que a declaração do ministro é uma tentativa de desviar a atenção da ineficiência de sua administração, especialmente em questões econômicas. Ele destacou que o problema surgiu de uma má estratégia por parte do governo, relacionada à proposta de monitoramento das transações via Pix. O ex-marqueteiro afirmou que a reação da oposição foi uma resposta a essa fragilidade do governo, que estava lidando com uma ferramenta de pagamento que tem forte apelo popular entre os brasileiros. A ação da oposição visava destacar o que consideravam um “desdém” por parte do governo federal em relação ao Pix, uma ferramenta amplamente utilizada pela população.
A CNN investigou a situação e encontrou evidências de uma organização coordenada entre membros da oposição para capitalizar sobre a crise, utilizando a insatisfação popular provocada pelas intenções de fiscalização do Pix. De acordo com Duda Lima, essa manobra foi uma resposta direta a uma falha de comunicação do governo. Ele enfatizou que sua equipe observou uma vulnerabilidade na abordagem do governo sobre o Pix, o que proporcionou uma oportunidade para que o PL tomasse uma postura mais assertiva, envolvendo seus líderes para manifestar apoio ao sistema de pagamentos.
O vídeo em questão alcançou números impressionantes, somando mais de 300 milhões de visualizações, o que demonstra o impacto que o conteúdo teve nas redes sociais. Essa repercussão se deu em um momento crucial, já que, no dia 15 de novembro, o governo revogou uma norma que exigia a fiscalização das transações de pessoas físicas que ultrapassassem R$ 5.000 por mês. O governo alegou que a reversão da norma ocorreu devido à desinformação que se espalhou especialmente nas plataformas sociais, onde muitos acreditavam erroneamente que o Pix estaria sendo taxado.
Na mesma entrevista, Haddad procurou responsabilizar Jair Bolsonaro por difundir “fake news” sobre a questão do Pix, afirmando que o PL tinha financiado o vídeo de Nikolas Ferreira. Por sua vez, Bolsonaro anunciou a intenção de processar o ministro em resposta a essas declarações. A polêmica em torno do Pix trouxe consequências negativas para a imagem do governo, como apontou a pesquisa de opinião pública realizada pela Quaest, que revelou o clima adverso resultante dessa situação.
Duda Lima ressaltou que, embora tenha sido responsável pelos programas eleitorais de Bolsonaro em 2022, não pode ser responsabilizado individualmente pelo sucesso do vídeo de Nikolas. Naquela época, as campanhas publicitárias buscavam enfatizar os aspectos positivos do Pix, apresentando-o como uma conquista do governo, mesmo sabendo que a sua concepção original partiu do Banco Central e foi idealizada antes da posse de Bolsonaro. Lima citou que, no caso do vídeo viral, o fator determinante foi a queda na repercussão do governo e a necessidade de seus membros assistirem à resposta da população a uma política que parecia desconsiderar a importância do Pix.
O contexto evidenciado por Duda e a análise da situação revela a complexidade das dinâmicas políticas atuais no Brasil, especialmente quando se trata de comunicar ações governamentais e as percepções populares em relação a elas. A utilização do Pix, que se tornou um importante meio de transação na vida diária dos brasileiros, foi colocada em um foco que não se esperava, gerando um verdadeiro jogo de pressão entre diferentes forças políticas e a sociedade. Em um ambiente onde as redes sociais exercem um papel predominante na formação de opiniões e reações, a capacidade de gerenciar a percepção pública se torna mais crucial do que nunca. A crise do Pix ilustra as armadilhas que podem surgir quando a comunicação governamental não consegue se alinhar com a realidade das preocupações e experiências da população.