7 junho 2025
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Ratos Lanosos: O Retorno dos Mamutes Está Próximo?

A Colossal Biosciences, uma empresa de biotecnologia situada em Dallas, Texas, revelou uma conquista notável no campo da engenharia genética: a criação de “ratos lanosos”, roedores geneticamente alterados para apresentarem características similares às do mamute-lanoso, como adaptações para climas frios. O anúncio provocou tanto entusiasmo quanto ceticismo entre os membros da comunidade científica.

Utilizando uma técnica avançada de edição genética, a equipe da Colossal Biosciences modificou simultaneamente sete genes. Essas alterações resultaram em mudanças significativas na pelagem dos ratos, incluindo variações em cor, textura e espessura, que lembram as características do mamute-lanoso.

O CEO e cofundador da Colossal Biosciences descreveu o rato lanoso como um “momento decisivo” na missão da empresa de desextinção. Ele afirmou que, ao projetar diversas características de tolerância ao frio a partir de caminhos evolutivos dos mamutes em uma espécie viva, a empresa demonstrou a capacidade de recriar combinações genéticas complexas que a natureza levou milhões de anos para desenvolver.

Para alcançar este feito, a empresa analisou um conjunto de dados com 121 genomas de mamutes e elefantes, incluindo genomas de referência de alta qualidade que foram criados pela Colossal para elefantes asiáticos e africanos. Essa análise teve o objetivo de identificar genes relevantes que impactam o pelo e outras características associadas à adaptação em ambientes frios.

Apesar do entusiasmo da Colossal Biosciences, alguns especialistas na área de genética de mamutes e edição de genoma expressaram ceticismo em relação à importância dessa conquista. Um engenheiro genético do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, na Alemanha, pontuou que ainda há um longo caminho a percorrer para se criar um mamute ou um “rato mamute”, afirmando que, na verdade, se trata de um rato com algumas modificações genéticas.

As críticas ressaltam a distância entre as modificações realizadas nos ratos e a complexidade requerida para recriar um animal como o mamute-lanoso. A expressão de algumas características isoladas não é suficiente para garantir uma adaptação completa a ambientes frios, que envolve uma série de outros fatores genéticos e fisiológicos.

Apesar das objeções, a Colossal Biosciences acredita que os ratos lanosos servirão como modelos valiosos para estudar adaptações a climas frios em mamíferos e para validar objetivos de engenharia genética. A empresa planeja conduzir mais pesquisas para entender como múltiplos genes interagem para gerar características físicas específicas.

O projeto da Colossal Biosciences levanta questionamentos sobre o futuro da desextinção e da engenharia genética. A empresa se posiciona como parte de um movimento para restaurar o planeta a um estado mais saudável, buscando atender às necessidades biológicas da sociedade moderna por meio de avanços científicos e tecnológicos. A eficácia dos ratos lanosos como um passo significativo nessa direção ainda permanece incerta, sendo um aspecto a ser observado em uma jornada complexa e desafiadora.

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