O governo da Grécia se prepara para um voto de confiança nesta semana, em decorrência de um acidente ferroviário fatal ocorrido em 2023. Esse evento trágico foi seguido por protestos em massa que ocorreram em diversas localidades do país, onde manifestantes exigiram responsabilização política. Na última sexta-feira (28), milhares de pessoas se reuniram para lembrar o segundo aniversário do desastre ferroviário mais grave da história grega, cobrando justiça para as vítimas. O acidente resultou na morte de 57 indivíduos, muitos dos quais eram estudantes.
Durante um debate no Parlamento nesta quarta-feira (5), parlamentares do principal partido de oposição, o PASOK, de orientação centro-esquerda, junto a representantes de partidos de esquerda, apresentaram uma moção de censura contra o governo liderado pelo primeiro-ministro Kyriakos Mitsotakis. O objetivo da moção é responsabilizar o governo pelo acidente e as falhas de segurança que o antecederam.
Os manifestantes afirmam que o governo perdeu a confiança pública após uma série de protestos, que são considerados alguns dos mais significativos dos últimos anos. As críticas direcionadas ao governo incluem acusações de evasão de responsabilidade, falta de ações para corrigir falhas de segurança e a alegação de que evidências foram ocultadas. A moção de censura, assinada por 85 parlamentares, declara que eles estão cientes de sua responsabilidade para com a sociedade e o povo grego.
O governo, por sua vez, rejeita as alegações de irregularidades. Com 156 cadeiras no Parlamento, que possui um total de 300 representantes, o governo acredita que conseguirá superar a moção de censura. A votação está agendada para a tarde da próxima sexta-feira (7). Em sua fala ao Parlamento, Mitsotakis advertiu que as denúncias da oposição poderiam comprometer a estabilidade política em um período já marcado por incertezas no cenário internacional.