O governo do Canadá considera a utilização das exportações de petróleo e gás como uma ferramenta de negociação em resposta ao aumento das tarifas dos Estados Unidos sobre importações canadenses, conforme declaração da ministra das Relações Exteriores, Mélanie Joly. O país está preparado para implementar tarifas sobre importações dos EUA que somam 155 bilhões de dólares canadenses. No entanto, ainda não foi determinado se haverá redução nas exportações de commodities essenciais ou se tarifas serão aplicadas a essas exportações.
Atualmente, o Canadá remete aproximadamente 4 milhões de barris de petróleo por dia para os Estados Unidos, o que representa cerca de 90% do total de suas vendas de petróleo bruto. A ministra Joly afirmou que a questão do petróleo e gás ainda não foi abordada, mas está sendo mantida em consideração. Ela mencionou que os Estados Unidos estão cientes das opções que o Canadá possui nessa situação.
Além disso, Joly indicou que os agricultores americanos poderiam enfrentar um custo adicional de 1,7 bilhão de dólares canadenses caso Ottawa decida aplicar tarifas sobre as exportações de potássio. Contudo, ela não esclareceu se essa questão seria utilizada como parte das negociações.
A província de Alberta, que é a maior produtora de energia do Canadá, declarou que não concorda com a ideia de reduzir as exportações de energia para os Estados Unidos. Mélanie Joly integra o governo do primeiro-ministro Justin Trudeau, que deixará o cargo após seu partido escolher um novo líder, previsto para o próximo domingo. Os principais candidatos à liderança do Partido Liberal afirmaram que o Canadá deve adotar uma postura firme em relação às tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.
