6 março 2025
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Estudo Inédito Mostra Ligação Surpreendente Entre a Atividade Solar e Terremotos na Terra

Uma em cada três pessoas no mundo está sob risco de terremotos, um número que quase dobrou nas últimas quatro décadas. Anualmente, esses fenômenos naturais causam fatalidades e geram perdas econômicas significativas, afetando residências, danificando infraestruturas, paralisando unidades produtivas e interrompendo redes de transporte. Portanto, a avaliação do risco sísmico em diversas regiões se torna uma prioridade crucial.

Os princípios científicos que fundamentam os terremotos são relativamente claros. O movimento das placas tectônicas da Terra gera o acúmulo de energia sob a forma de tensão, a qual é liberada durante um terremoto. No entanto, ainda não está completamente esclarecido o que exatamente provoca o início desses eventos sísmicos.

Fatores que podem influenciar essa ocorrência incluem a resiliência das rochas, a presença de falhas geológicas ou camadas vulneráveis nas rochas, além da influência da água nas características mecânicas do solo. Nos últimos anos, diversas pesquisas têm se debruçado sobre outros possíveis fatores, como as forças das marés, fases lunares, eclipses solares, erupções solares, derretimento de geleiras e interações climáticas que afetam a crosta, o núcleo e o manto terrestre.

Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Tsukuba e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada do Japão sugere um novo fator: o aquecimento da superfície terrestre proveniente da radiação solar. Essa pesquisa se apoia em estudos anteriores que examinaram uma possível relação entre a atividade solar, particularmente o número de manchas solares, e a atividade sísmica terrestre. Ao contrário de algumas investigações controversas que associam terremotos às emissões eletromagnéticas solares, este estudo destaca que o aquecimento solar da superfície da Terra pode ser um motor dessa correlação.

A equipe utilizou métodos matemáticos e computacionais para avaliar dados sísmicos em conjunto com registros de atividade solar e temperaturas da superfície terrestre. Entre as descobertas significativas, foi observado que, ao incorporar as temperaturas da superfície terrestre ao modelo, as previsões se tornaram mais precisas, especialmente em relação a terremotos rasos, ou seja, aqueles com origens entre 0 e 70 quilômetros de profundidade.

De acordo com o autor principal do estudo, o calor solar provoca alterações na temperatura atmosférica, que podem impactar as características das rochas e o fluxo de água subterrânea. Essas variações climáticas podem tornar as rochas mais suscetíveis a fraturas, e as mudanças na precipitação e no derretimento da neve podem modificar a pressão nas fronteiras das placas tectônicas.

Os pesquisadores ressaltam que o impacto do aquecimento solar é pequeno e provavelmente não é o principal desencadeador de terremotos, mas pode contribuir para a melhoria da modelagem e da previsão sísmica por meio de abordagens estatísticas mais refinadas.

Atualmente, não há como prever com precisão quando um terremoto ocorrerá ou qual será sua magnitude. Os cientistas estão se empenhando em utilizar estatísticas e mapeamentos para compreender melhor os riscos sísmicos em diferentes locais, apontando as áreas que necessitam de investimentos em estruturas resistentes a terremotos e em infraestruturas resilientes.

O estudo intitulado “O papel do calor solar na atividade sísmica” foi publicado na revista científica Chaos: An Interdisciplinary Journal of Nonlinear Science.

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