6 março 2025
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Descubra Quem é Lutnick, o Enigmático Secretário de Comércio dos EUA e o Impacto do Calibrador de Tarifas

Com pouco mais de um mês de mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estabeleceu uma relação peculiar com seu secretário de Comércio, Howard Lutnick. Na esfera da política comercial, que, para Trump, se resume principalmente ao aumento das tarifas de importação, o presidente frequentemente faz declarações impactantes, enquanto Lutnick se encarrega de amenizar os efeitos dessas medidas. Essa dinâmica se tornou evidente após a implementação de tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos, ocorrida no dia 4. Lutnick afirmou que há espaço para negociação com as nações vizinhas, mencionando que representantes do México e do Canadá estavam em contato contínuo com ele, buscando demonstrar sua disposição para melhorar as relações comerciais. Ele ressaltou que o presidente está disposto a ouvir, considerando sua abordagem justa e razoável. No dia seguinte, o governo dos Estados Unidos decidiu suspender, por um mês, as tarifas adicionais sobre as importações de automóveis provenientes do Canadá e do México.

Essa interação explica por que o governo brasileiro depositou expectativa nas conversas entre Lutnick e o vice-presidente Geraldo Alckmin, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, na reunião ocorrida no dia 6. Embora Lutnick seja um defensor das tarifas de importação como estratégia de pressão comercial, ele é visto como mais moderado em comparação a Peter Navarro, conselheiro sênior de Trump para comércio e indústria. Lutnick, ao contrário de Navarro, que é responsável pela implementação da guerra tarifária, demonstra uma disposição para o diálogo.

Por enquanto, Trump tem dado ouvidos a Lutnick, em grande parte porque o secretário representa os interesses de grandes empresas americanas, incluindo o lobby das principais montadoras, que temem os impactos das tarifas. As declarações de Lutnick têm contribuído para estabilizar os mercados a cada anúncio provocador de Trump. Ele reconheceu abertamente que as políticas protecionistas poderiam ocasionar um aumento da inflação, mas garantiu que esse efeito seria temporário.

Howard Lutnick, de 63 anos, foi indicado para seu cargo por recomendação do bilionário Elon Musk, que preferia que Lutnick ocupasse a Secretaria do Tesouro. Lutnick, um banqueiro com um patrimônio estimado em 800 milhões de dólares, iniciou sua carreira na Wall Street nos anos 80, na corretora Cantor Fitzgerald. Após a morte do fundador da empresa, Lutnick assumiu o controle, tornando-se CEO após uma disputa judicial. Suas conexões no mundo dos negócios são extensas, possuindo ações em mais de 800 empresas, o que provoca otimismo entre os empresários americanos, que acreditam que ele defenderá políticas favoráveis a Wall Street.

Apesar de suas conexões, Lutnick também defendeu frequentemente a política de tarifas de Trump, referindo-se a elas como uma ferramenta valiosa para proteger os trabalhadores americanos, conforme declarou durante a campanha presidencial anterior.

Além de sua atuação no comércio, Lutnick se mostra um defensor entusiástico das criptomoedas, argumentando que deveriam ser negociadas livremente em todo o mundo, assim como o ouro. A defesa das criptomoedas, incluindo o bitcoin, se tornou uma das bandeiras de campanha de Trump.

A trajetória política de Lutnick foi influenciada por uma tragédia pessoal significativa, que moldou seu envolvimento em causas sociais. Em 11 de setembro de 2001, 658 dos 960 funcionários da Cantor Fitzgerald perderam a vida no ataque terrorista às Torres Gêmeas, incluindo um irmão de Lutnick. Desde então, ele se tornou ativo em atividades filantrópicas e é um dos principais membros do conselho do Memorial do 11 de setembro.

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