sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Aos 23 anos, jovem à frente de empresa de marketing projeta R$ 20 mi até 2030

#Empreendedorismo #Inovação #Gestão #MarketingDigital #Tecnologia

Gabriel Rodrigues possui uma trajetória singular entre os novos empreendedores, uma vez que seu impulso para abrir um negócio não se originou de uma necessidade financeira ou da identificação de uma oportunidade de mercado específica. Ao contrário, sua motivação é alimentada pelo fascínio pela organização de processos e o amor pelas complexidades que envolvem a administração de empresas. Desde jovem, ele estava imerso em um ambiente de trabalho, observando seu pai, que trabalhava como caseiro, nos âmbitos administrativos de uma metalúrgica na cidade de Carapicuíba, localizada na região metropolitana de São Paulo. Rodrigues compartilha que sua vivência em um ambiente repleto de processos administrativos desde a infância o inspirou a buscar maior autonomia, mesmo em tenra idade. “A minha infância foi diferente da das outras crianças. Desde cedo, estive em contato com processos, burocracias e interações com chefes”, relembra.

Quando completou nove anos, Gabriel ganhou seu primeiro computador, o que despertou sua curiosidade pelo mundo digital. Ele se envolveu rapidamente com os jogos online e as dinâmicas de interação entre os usuários em tempo real. “A minha paixão pelos jogos não era apenas uma forma de diversão; eu tinha a intenção de criar processos em cada um deles. Era fascinante observar como era possível construir indústrias ou empresas dentro de jogos que, em sua essência, não exigiam esses desafios”, explica. Essa experiência lúdica não apenas proporcionou entretenimento, mas também foi a porta de entrada para seu primeiro empreendimento: uma loja virtual de produtos voltada para o público gamer. Embora o negócio não tenha prosperado como esperado, Gabriel considera essa fase crucial em sua jornada no empreendedorismo, reconhecendo a importância de desenvolver ideias com potencial de escalabilidade.

Enquanto seu primeiro e-commerce não decolava, o jovem observava a ascensão de uma nova tendência no mercado: o crescimento dos influenciadores digitais e criadores de conteúdo no YouTube. Essas figuras, como Gabriel explica, conseguiram se consolidar por meio das redes sociais e plataformas de vídeo, criando materiais únicos em busca de uma audiência ampla. Esse fenômeno evidenciou uma demanda crescente por profissionalização, especialmente nas artes gráficas utilizadas por esses influencers. Motivado pela demanda, Gabriel começou a oferecer serviços de design gráfico e edição de vídeo, habilidades que ele mesmo desenvolveu através do aprendizado autônomo com as ferramentas de edição.

Aos 13 anos, a renda que advinha desse trabalho era suficiente para cobrir suas despesas habituais, o que o fez refletir sobre sua próxima empreitada. Gabriel sempre almejou negócios com um grande potencial de crescimento. “Eu estava ciente de que envolvimento em serviços limitava minha capacidade de escalar. Eu queria algo que tivesse um crescimento acelerado”, afirma. Em 2019, aos 17 anos, ele e um amigo que estava no mesmo colégio fundaram a Pen, uma pequena agência de serviços audiovisuais voltada para influenciadores digitais e youtubers. Este negócio conseguiu conquistar seus primeiros clientes de uma forma orgânica, operando a partir do quarto onde os jovens empreendedores viviam juntos.

À medida que a demanda por seus serviços aumentava, a Pen também cresceu. Com o tempo, a estrutura da equipe se expandiu e a companhia diversificou sua gama de ofertas, transitando de uma mero prestadora de serviços audiovisuais para uma assessoria de marketing. A Pen passou a atender não só influenciadores, mas também empresas de vários setores que desejavam aprimorar sua presença digital. “Notamos que os empreendedores de pequeno e médio porte sempre buscam aumentar suas vendas. Por isso, além de gerenciar redes sociais e criar peças publicitárias, percebemos que o foco em performance era crucial. Atualmente, adotamos uma abordagem totalmente estratégica”, diz Gabriel.

Esse direcionamento estratégico trouxe resultados expressivos: em 2021, a Pen registrou uma receita de R$ 600 mil. Contudo, a falta de um plano de negócios estruturado resultou em uma curva descendente nas receitas. Em 2022, o faturamento caiu para R$ 300 mil. A equipe foi reduzida de doze para cinco colaboradores, o que trouxe incertezas sobre a continuidade das operações da assessoria e exigiu que os sócios reconsiderassem suas estratégias. “Geralmente, os empreendedores não elaboram um planejamento sobre em quais mercados atuar ou que ofertas desenvolver. Muitas vezes, eles apenas entram no que conhecem, permanecendo presos ao operacional, o que limita o crescimento”, analisa. “Foi nesse momento que decidimos criar um plano de negócios eficaz, determinando nossos diferenciais e áreas de foco”, complementa.

Diante desse cenário desafiador, a decisão dos sócios foi direcionar a Pen para o nicho de mercado de tecnologia, especialmente em serviços voltados para empresas de software, abandonando os públicos que já atendiam. Essa estratégia foi implementada recentemente e tem proporcionado um crescimento mensal superior a 60%. Gabriel projeta que, com essas mudanças, a Pen deve alcançar um faturamento de R$ 2 milhões em 2025. Em um horizonte de cinco anos, o objetivo é multiplicar esse resultado por dez, chegando a R$ 20 milhões.

Visando a multiplicação de suas operações, a Pen almeja se tornar uma holding que abrangerá diversas empresas oferecendo variados serviços de assessoria em marketing digital. Isso inclui até mesmo a criação de um braço para pré-vendas, que se encarregará de qualificar potenciais clientes que interagem com empresas de software através de seus anúncios digitais, encaminhando esses contatos qualificados para as equipes de vendas. “Nosso objetivo é dominar o mercado de tecnologia de forma abrangente e potencializar nossa abordagem de vendas. Esse modelo é adaptável a diversos setores, mas revela-se especialmente promissor em tecnologia, onde a concorrência é escassa, representando uma grande oportunidade”, conclui Gabriel.

Para o jovem empreendedor, o segredo do sucesso reside em encontrar um nicho específico e oferecer o melhor produto ou serviço para um público selecionado. “O primeiro passo seria determinar o mercado mínimo viável, ou seja, definir um segmento menor, especializar a oferta e atende-lo com excelência. A concorrência é acirrada, e conquistar uma pequena audiência ao proporcionar um atendimento excepcional faz com que a gente se destaque”, finaliza.

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