10 março 2025
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Novas Acusações: Aliados do Governo Sírio Sob Investigação por Execuções de Civis

Homens armados que apoiam o governo sírio estão realizando execuções em campo, enquanto mencionam a necessidade de purificação do país, conforme relatos de testemunhas e vídeos que retratam uma repressão violenta contra os remanescentes do antigo regime. Este aumento da violência na Síria é considerado o mais severo desde a deposição de Bashar al-Assad, ocorrida no final do ano passado. Os ataques acontecem principalmente nas áreas alauítas, e as autoridades sírias afirmam que são tentativas de suprimir uma insurgência ainda ativa entre os seguidores do ex-presidente.

A Rede Síria pelos Direitos Humanos (SNHR), um grupo independente de monitoramento com sede no Reino Unido, informou que pelo menos 642 pessoas foram mortas em decorrência da violência, incluindo numerosos civis, que foram alvos de “execuções em massa” perpetradas pelas forças do governo. Em declarações recentes, o presidente interino da Síria, Ahmad al-Sharaa, responsabilizou os remanescentes das forças de Assad pela situação e afirmou que não serão toleradas ações que resultem na morte de civis, ressaltando que aqueles que não se renderem à lei enfrentarão consequências severas.

Um morador de Latakia relatou que homens armados estão atacando casas como parte de uma “jihad” contra a população local. Ele descreveu a situação caótica, onde as pessoas tentavam fugir, enquanto aqueles que não conseguiam eram assassinados. Outro testemunho indicou que membros de sua família, alauítas que residiam em Baniyas, foram mortos por grupos armados que apoiam o novo governo. O clima de medo nessa província continua alto, com muitos cidadãos temendo por suas vidas.

A violência teve início depois de relatos de emboscadas e assassinatos de membros do Hayat Tahrir al-Sham, um dos grupos rebeldes que desempenharam um papel significativo na derrubada do governo Assad. O governo sírio reconheceu que “grandes multidões desorganizadas” foram responsáveis por algumas das tensões, mas também indicou que várias de suas forças de segurança foram mortas em confrontos recentes.

Nas redes sociais, circularam vídeos de homens armados se dirigindo às cidades de Latakia e Tartous, com um narrador afirmando que a situação se transformou de uma luta pela liberdade para uma luta pela purificação da Síria. Em um dos clipes, um homem em uniforme militar ameaçou os alauítas, prometendo represálias. Outros vídeos mostraram imagens brutais de execuções e violência, mas as verificações de autenticidade dessas gravações permanecem pendentes.

Esses acontecimentos levantam questões significativas sobre a nova administração síria, que tenta distanciar-se de suas conexões jihadistas. Um morador local comparou a nova liderança com o regime de Assad, afirmando que as práticas violentas observadas atualmente são semelhantes às que a população sofreu sob o antigo governo.

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