O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não mostrou devido respeito pelos groenlandeses após manifestar interesse em adquirir a Groenlândia, conforme declarado pelo primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, em coletiva realizada nesta segunda-feira (10). Durante seu discurso no Congresso, na terça-feira passada, Trump reiterou esse interesse, descrevendo um cenário de prosperidade e segurança para o “incrível povo” groenlandês, que é território autônomo do Reino da Dinamarca. Na manhã de segunda-feira, Trump reforçou essa mensagem por meio de uma postagem em sua rede social, afirmando que os EUA continuarão a garantir a segurança da ilha, como vêm fazendo desde a Segunda Guerra Mundial, e que estão prontos para investir bilhões de dólares para gerar novos empregos e enriquecer a população local.
Em entrevista à emissora pública dinamarquesa DR, o primeiro-ministro Egede enfatizou a necessidade de respeito no tratamento das relações entre a Groenlândia e os Estados Unidos. Segundo Egede, as ações recentes de Trump afastaram as intenções de aproximação entre os dois povos. Ele observou que é essencial estabelecer limites e direcionar esforços para cultivar relações com nações que demonstram respeito pela Groenlândia, especialmente em um momento em que o país se prepara para realizar eleições gerais.
Egede reiterou que a Groenlândia, cuja população é de aproximadamente 57 mil habitantes, pertence aos groenlandeses e que cabe a eles decidir sobre seu futuro. Ele é um defensor da total independência do país. A ilha, cuja capital, Nuuk, está mais próxima de Nova York do que de Copenhague, é rica em recursos minerais, petróleo e gás natural; no entanto, o desenvolvimento nesses setores tem sido lento, e a economia da Groenlândia ainda depende significativamente da pesca e de subsídios anuais da Dinamarca. Uma sondagem recente revelou que 85% da população da Groenlândia não deseja ser parte dos Estados Unidos, com quase a metade considerando o interesse de Trump como uma ameaça ao futuro da ilha.
