11 março 2025
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EUA Cortam 83% dos Programas de…

O governo dos Estados Unidos comunicou, no dia 10, a interrupção de 83% dos programas da Usaid, agência federal responsável por iniciativas de desenvolvimento internacional, que anteriormente era responsável por mais de 40% da ajuda humanitária global. Essa decisão, divulgada pelo secretário de Estado, implica no cancelamento de 5,2 mil contratos, resultando em um corte de bilhões de dólares em projetos voltados para saúde, nutrição, educação e desenvolvimento econômico em diversas regiões do mundo.

A Usaid se tornou um alvo central da política de “América em primeiro lugar” do presidente Donald Trump, com apoio do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), sob a liderança de Elon Musk. O empresário caracterizou a agência como um “ninho de víboras marxistas radicalmente de esquerda que desprezam os Estados Unidos”.

O secretário de Estado expressou gratidão ao Doge e seus funcionários que trabalharam na implementação da reforma. O corte de programas da Usaid foi resultado de uma análise de mais de um mês dos projetos da agência, uma ação determinada por Trump no início de seu segundo mandato. Segundo o secretário, os contratos cancelados não atendiam, e em alguns casos até prejudicavam, os interesses nacionais dos Estados Unidos, apesar de o orçamento destinado à Usaid ser inferior a 1% do total do orçamento federal.

Organizações humanitárias criticam a decisão, apontando que programas de emergência, como a distribuição de água potável para refugiados no Sudão, foram interrompidos, mesmo com promessas de que seriam mantidos. Além disso, após a ordem de Trump, muitos funcionários da Usaid foram afastados ou demitidos, e o pagamento a organizações contratadas foi suspenso abruptamente, resultando em bilhões de dólares em trabalhos realizados que ainda não foram pagos.

A interrupção dos programas está sendo contestada judicialmente. Um juiz federal permitiu que as demissões e cortes continuassem, mas outra decisão determinou que o governo deve pagar quase US$ 2 bilhões em valores pendentes relativos a projetos humanitários. A Suprema Corte validou essa decisão, mas ainda não estabeleceu um prazo para a quitação.

Apesar das controvérsias, o Departamento de Estado anunciou que manterá cerca de mil programas da Usaid, que serão reformulados e supervisionados em parceria com o Congresso.

A Usaid foi criada em 1961 pelo presidente John F. Kennedy, por meio da Lei de Assistência Estrangeira, e se tornou o maior doador individual do mundo. No ano fiscal de 2023, os Estados Unidos destinaram 72 bilhões de dólares por meio da agência, sendo que um terço dos gastos foi direcionado a projetos na área da saúde. A agência apoia iniciativas que vão desde assistência em regiões afetadas pela fome no Sudão até a distribuição de materiais escolares na Ucrânia e a capacitação de profissionais de saúde em Ruanda. Os principais países beneficiados incluem Ucrânia, Etiópia, Jordânia, República Democrática do Congo e Somália, com os programas de saúde sendo o maior foco de financiamento desde a década de 1990, especialmente após 2004, quando começaram esforços intensificados para combater o HIV/aids.

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