O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, declarou em entrevista que o processo movido contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi denunciado pela Procuradoria Geral da República por supostamente liderar uma tentativa de golpe, apresenta irregularidades desde o início. Conforme o senador, o julgamento deveria ser realizado na primeira instância, não no Supremo Tribunal Federal (STF), e não deveria incluir o ministro Alexandre de Moraes, que é uma das partes afetadas no caso.
Marinho ressaltou que a Lei Orgânica da Magistratura Nacional (Loman) estabelece uma proibição clara que impede juízes e ministros do STF, especialmente aqueles que ocupam as posições mais elevadas no país, de se manifestarem sobre processos que estão sob sua responsabilidade. Ele destacou que o foro utilizado não é o adequado, afirmando que Bolsonaro não deveria ser julgado pelo STF, visto que não ocupa mais o cargo de presidente da República. Além disso, enfatizou que a participação do ministro da Suprema Corte, que é uma das vítimas do suposto plano golpista, no julgamento é imprópria.
O senador também opinou que há uma certa pressa por parte do STF em julgar o ex-presidente ainda neste ano, o que, segundo ele, pode cercear o direito à ampla defesa. Marinho comentou que essa situação coloca o Brasil em uma posição delicada do ponto de vista institucional, mencionando o desejo do STF de concluir o processo em 2025 para evitar possíveis contaminações eleitorais em 2026.
Por fim, Marinho mencionou que Bolsonaro se mostra confiante de que a verdade prevalecerá no desenrolar do processo. Na mesma entrevista, o senador abordou as tensões atuais entre o Congresso e o STF, a proposta de redefinir os poderes, o impeachment de Moraes e também as expectativas para o cenário político de 2026, com o surgimento de novos nomes alinhados à direita.