O CEO da Gerdau, Gustavo Werneck, destacou a necessidade de o governo implementar medidas que protejam as siderúrgicas brasileiras da concorrência desleal decorrente da importação de aço a preços inferiores aos custos de produção, uma prática conhecida como dumping. Após a cerimônia de inauguração da ampliação do laminador de bobinas a quente na usina de Ouro Branco, em Minas Gerais, ele ressaltou: “É impossível que um aço chegue ao Brasil com um preço mais baixo do que o minério adquirido”.
Werneck afirmou que o aço importado atualmente é comercializado a um valor significativamente inferior ao custo de produção nacional. Além disso, enfatizou que, apesar dos esforços da Gerdau para alcançar um nível de competitividade inédito em seus 124 anos de história, competir com esses preços se torna inviável. Ele classificou essa situação como totalmente desleal.
Historicamente, o aço importado representa aproximadamente 11% da demanda interna do Brasil, mas recentemente esse percentual aumentou para 25%. O executivo comunicou que a Gerdau, juntamente com outras siderúrgicas, está em diálogo com o governo federal para buscar medidas que melhorem as condições de competição contra o aço estrangeiro. Ele destacou a receptividade do governo, especialmente por parte do ministro Alckmin.
Várias alternativas estão sendo discutidas, incluindo o aumento da tarifa sobre as importações ou a eliminação de cotas que permitem a entrada de aço com taxas reduzidas, de modo que todas as toneladas importadas sejam tributadas conforme a mesma alíquota. A Gerdau está colaborando com o governo para identificar os melhores mecanismos que possam fortalecer a defesa do setor de aço no Brasil.