Dados do Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa) indicam que, em 2023, foram identificadas mais de 30 mil ocorrências de enxurradas, alagamentos e inundações em território nacional. O Ministério das Cidades publicou, em um levantamento recente, informações acerca dos imóveis localizados em áreas propensas a esses fenômenos naturais, revelando que mais de 2,2 milhões de propriedades estão situadas em zonas vulneráveis. Esta análise, baseada em dados coletados neste ano, não considera inundações históricas, como a registrada no Rio Grande do Sul no ano anterior, o que pode sugerir que a realidade é ainda mais alarmante.
As alterações climáticas têm um papel relevante no aumento da ocorrência e da severidade desses eventos. Em São Paulo, por exemplo, ventos que atingiram até 60 km/h causaram a queda de mais de 330 árvores. Além disso, a problemática das inundações permanece sendo uma questão crítica. O levantamento apontou que mais de 30 mil eventos de enxurradas, alagamentos e inundações se deram em diferentes regiões do Brasil em 2023, com maior incidência na região Nordeste, que representou mais de 30% dos casos reportados.
As informações foram obtidas em 1.742 cidades, o que abrange 89% dos 1.936 municípios que o Governo Federal classifica como estando em situação de extremo risco para inundações. Tal quadro demanda uma atenção constante das autoridades, que precisam buscar e implementar soluções eficazes para mitigação de riscos e proteção das populações mais vulneráveis. Existe a preocupação de que, após o período de verão, a questão possa ser negligenciada até o retorno das chuvas, quando os riscos tendem a aumentar novamente.