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O porta-voz das Forças de Defesa de Israel informou, junto a representantes do Hamas, que foram fornecidos mais detalhes sobre os próximos passos do cessar-fogo, que começou no último domingo. A libertação de três reféns já ocorreu, e estas pessoas estão agora sob proteção israelense. O acordo de trégua entre os dois lados será dividido em três etapas, com a expectativa de que, ao final da primeira fase, 33 reféns tenham sido soltos. Em contrapartida, mais de 1.800 prisioneiros palestinos deverão ser liberados por Israel.
Durante a primeira fase, que está programada para se estender por seis semanas, o porta-voz israelense destacou que a expectativa é liberar “três a quatro reféns por semana”. Um representante do Hamas anunciou à imprensa que a próxima troca de reféns está agendada para sábado. Inicialmente, o cessar-fogo estava estipulado para começar às 8h30, no horário local, mas um atraso ocorreu devido à espera dos nomes dos reféns que seriam libertados. Assim, a trégua teve início efetivo apenas às 11h15 no horário local. Hagari acrescentou que, em função do atraso, “realizamos ataques à infraestrutura militar do Hamas, não aceitaremos que haja descumprimentos dos acordos estabelecidos”.
O grupo armado do Hamas, conhecido como Brigadas al-Qassam, confirmou que irá respeitar o cronograma da primeira fase. Contudo, o porta-voz Abu Ubaida alertou sobre riscos que eventuais violações do cessar-fogo por parte de Israel poderiam trazer, tanto para o acordo quanto para a segurança dos reféns que permanecem retidos em Gaza.
O pacto prevê a suspensão das hostilidades e a retirada das tropas israelenses para áreas mais distantes das zonas populacionais em Gaza. O Exército de Israel se posicionará ao longo da fronteira do enclave. Nesta fase inicial, o Hamas se compromete a liberar 33 prisioneiros israelenses, incluindo civis, crianças e idosos, enquanto Israel deve libertar uma quantidade considerável de prisioneiros palestinos. Esta etapa também irá permitir que os palestinos retornem a suas casas e facilitar o acesso para aqueles que necessitam de atendimento médico, visto que a maioria da população de Gaza sofreu deslocamento interno devido ao conflito.
Além disso, existe a expectativa de um aumento na entrada de ajuda humanitária, suprimentos de combustível e equipamentos de socorro, além da recuperação de estruturas essenciais que foram gravemente danificadas pelas operações aéreas.
A continuidade do cessar-fogo e a possibilidade de estabelecer uma paz duradoura dependem de novas negociações. As forças israelenses estão planejando uma retirada gradual dos principais centros urbanos de Gaza durante a primeira fase, mas continuarão a manter uma presença ao longo da fronteira com o Egito e no corredor de Filadélfia. Algumas divergências, como a definição do tamanho dessa zona e o controle associado, ainda precisam ser resolvidas.
Outro aspecto fundamental para o êxito do acordo será a transição para as segunda e terceira fases após 16 dias do início da primeira, as quais envolverão a libertação de mais reféns e poderão culminar na retirada total das forças israelenses de Gaza. A segunda fase se concentrará na liberação dos restantes prisioneiros, cuja possibilidade pode ser ameaçada por violações nas condições acordadas. Já a fase final abordará questões de longo prazo, incluindo a formação de um novo governo em Gaza e esforços para a reconstrução da região devastada.
Apesar do cessar-fogo trazer alívio temporário em um cenário onde mais de 46.000 palestinos morreram e acima de 110.000 ficaram feridos, Israel expressou que não pretende encerrar as hostilidades com o acordo em questão. O compromisso declarado é buscar a libertação total dos reféns, não garantindo, portanto, que a trégua se estenda além da primeira fase.
Na terça-feira, o Secretário de Estado dos EUA detalhou o plano para o período pós-conflito, afirmando que o governo interino estaria sob a supervisão da Autoridade Palestina, com uma parceria com as Nações Unidas e a presença de forças de segurança de “nações parceiras” para garantir a ordem civil no enclave. Posteriormente, o poder seria transferido para uma Autoridade Palestina reestruturada, uma proposta que, no entanto, já foi rejeitada por Israel.
Os EUA enfatizaram a necessidade de uma abordagem mais abrangente, alegando que o Hamas não poderia ser totalmente derrotado apenas por ações militares, observando que os números indicam que o grupo se reabasteceu em termos de combatentes.