A Intel anunciou, nesta quarta-feira, a nomeação de Lip-Bu Tan como seu novo CEO, marcando uma nova fase para a empresa. O conselho da companhia destacou que, apesar das dificuldades enfrentadas, a separação das operações de design e fabricação de chips é improvável.
Tan, que será oficialmente CEO a partir de 18 de março, já era um nome cogitado para o cargo devido à sua vasta experiência na indústria de semicondutores e seu histórico como investidor em startups. A abordagem formal para sua nomeação ocorreu em dezembro de 2024.
Na comunicação enviada aos colaboradores, Tan enfatizou o compromisso de trabalhar para restaurar a Intel como uma empresa de produtos de alta qualidade e fortalecer a satisfação dos clientes. A notícia da nomeação resultou em um aumento de 12% nas ações da Intel em negociação estendida, um sinal positivo após a queda de 60% das ações em 2024.
Diante do aumento da concorrência no setor de chips de inteligência artificial, onde empresas como Nvidia têm se destacado, a Intel busca se posicionar como fornecedora de chips para outras empresas, o que gerou preocupações sobre a pressão sobre seus fluxos de caixa.
Recentemente, a TSMC entrou em contato com grandes potenciais clientes da Intel para discutir uma possível joint venture, um movimento que foi repercutido após o pedido do governo dos EUA para que a TSMC ajudasse a recuperar a capacidade produtiva da Intel.
Analistas da indústria consideram a nomeação de Tan como um passo positivo, sublinhando que sua ampla compreensão do setor é crucial para atender às necessidades de fabricação da Intel. Nascido na Malásia e criado em Cingapura, Tan possui formação em física, engenharia nuclear e administração de empresas. Sua experiência prévia como CEO da Cadence Design Systems contribuiu para o crescimento da empresa em receita e valorização das ações.
A escolha de Tan ocorre em um momento de pressão legislativa, com o governo dos EUA buscando aumentar a produção nacional de chips e ameaçando tarifas sobre importações de países que, segundo Trump, estariam comprometendo a competitividade americana no setor. Entretanto, o ex-presidente ainda não se manifestou diretamente sobre a Intel.