14 março 2025
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Afya: R$ 1 Bilhão em Aquisições para Acelerar Crescimento

A agenda de aquisições da Afya Educação Médica nos últimos cinco anos tem sido bastante ativa. Desde a sua oferta pública inicial na Nasdaq em 2019, a empresa de educação e tecnologia na área da saúde adquiriu 21 negócios e planeja continuar essas atividades aquisitivas neste ano, contando com um caixa de R$ 1 bilhão para novas transações.

De acordo com informações do CEO da empresa, a geração de caixa é reinvestida em aquisições, com a organização mantendo um olhar atento ao mercado em busca de oportunidades. Em 2024, a Afya registrou uma receita líquida de R$ 3,3 bilhões, o que representa um crescimento de 14,9% em relação ao ano anterior. O lucro do ano atingiu R$ 648,9 milhões, um aumento de 60,1% em comparação a 2023, e o Ebtida também apresentou crescimento, chegando a R$ 1,45 bilhão, com uma alta de 24,9%.

Para 2025, a previsão de faturamento é de R$ 3,7 bilhões, representando um crescimento projetado de 12%. Esse número, embora menor do que o crescimento efetivo de 2024, não leva em conta as oportunidades de aquisições futuras, assim como a recente aquisição da Faculdade Única de Contagem (Funic) em Minas Gerais, anunciada em dezembro.

A compra da Funic não apenas acrescentará 60 novas vagas ao portfólio da Afya, mas também exigirá um investimento de R$ 100 milhões. O fechamento do negócio está sujeito à autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e é esperado para ocorrer no primeiro semestre do ano.

O CEO da Afya considera que a projeção para 2025 é conservadora e que, com a abertura para novas aquisições, os resultados poderão ser revisados. Ele ressalta que no ano anterior, a previsão de faturamento foi inicialmente revista para cima, indicando a possibilidade de um fenômeno semelhante para 2025.

Atualmente, a Afya oferece 3.593 vagas anuais em suas 33 escolas de medicina, distribuídas por 19 estados, além de 20 cursos de pós-graduação. A expectativa é que a empresa aumente em pelo menos 200 vagas anualmente por meio de aquisições. A Afya está qualificada para competir na criação de 23 novos cursos de medicina no Brasil, com 60 vagas cada, pela nova fase do programa Mais Médicos, o que representa uma excelente oportunidade de crescimento.

Caso a empresa seja bem-sucedida em algumas dessas oportunidades, é esperado que os novos cursos entrem em operação no início de 2027, considerando os 12 meses de implementação necessários após a fase de habilitação.

Em 2024, a Afya investiu R$ 235 milhões em melhorias de infraestrutura, materiais didáticos e plataformas para profissionais de saúde, sem contabilizar aquisições. Para 2025, o planejamento é de alocar entre R$ 250 milhões e R$ 290 milhões para investimentos.

Os gastos em aquisições no ano passado chegaram a R$ 817 milhões, incluindo R$ 660 milhões para a aquisição do centro universitário Unidompedro, em Salvador, que acrescentou 300 vagas, e R$ 157 milhões destinados a earn-out para aquisições de vagas.

Além das aquisições de concorrentes, a Afya está focada em desenvolver novas soluções tecnológicas para seus clientes. A empresa investiu R$ 117 milhões no desenvolvimento de novas aplicações, como um prontuário eletrônico que utiliza inteligência artificial para facilitar o trabalho dos médicos.

Em 2024, a Afya, pela primeira vez desde sua abertura de capital, pagou dividendos aos acionistas, distribuindo 20% do lucro líquido do ano, totalizando R$ 130 milhões, que serão pagos em 4 de abril. Este passo não apenas representa uma nova fase de distribuição de valor, mas também um reconhecimento do sólido crescimento e geração de caixa da empresa.

No entanto, a companhia ainda não definiu uma política clara para o pagamento de dividendos no futuro, estabelecendo que essa decisão será revisitada anualmente. Atualmente, a empresa tem cerca de 90 milhões de ações, das quais 70% estão nas mãos dos controladores.

Nos últimos 12 meses, as ações da Afya na Nasdaq sofreram desvalorização de 22,39%, resultando em um valor de mercado aproximado de US$ 1,45 bilhão, ou cerca de R$ 9 bilhões.

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