A saída de Donatella Versace, de 69 anos, do cargo de designer principal da marca Versace, após quase três décadas, é considerada por especialistas como o “fim de uma era”. Segundo Lena De Casparis, editora adjunta da Elle UK, a presença de Donatella fará falta na indústria da moda. A reação nas redes sociais, com comentários de personalidades como a cantora Sabrina Carpenter e a modelo Gigi Hadid, reflete o quanto ela é admirada.
Donatella assumi o cargo de diretora criativa da Versace após o assassinato de seu irmão Gianni, o fundador, em 1997. Casparis ressalta que enquanto Gianni tornou a marca conhecida, Donatella a manteve relevante, cultivando relacionamentos com VIPs e designers ao longo dos anos. A recente mudança de liderança na Versace foi anunciada pela proprietária Capri Holdings. Essa alteração acontece em um contexto em que a Prada está em negociações para adquirir a marca por cerca de 1,5 bilhão de euros.
Dario Vitale, que até o início deste ano era diretor de design da Miu Miu, uma marca sob o grupo Prada, será o novo diretor criativo da Versace a partir de 1º de abril. A especialista De Casparis aponta que há especulações sobre a nova direção da marca, mas a Versace, sendo uma marca forte, deve continuar a ser apreciada por seus fãs.
Donatella passará a ocupar o cargo de embaixadora principal da Versace, o que permitirá que ela tenha uma presença mais visível e atuante fora do estúdio. A mudança é encarada como uma oportunidade para que Donatella brilhe em sua nova função, trazendo entusiasmo para o futuro da marca.
Essas movimentações na Versace integram um contexto maior de mudanças na indústria da moda, que enfrenta um cenário de desaceleração na demanda de produtos de luxo, especialmente na China. Recentemente, houve também a saída do chefe de design da Gucci, Sabato De Sarno, após menos de dois anos. Em termos financeiros, a Versace registrou uma queda de 6,6% nas receitas, totalizando 1,03 bilhão de dólares no último ano fiscal e previsão de queda ainda maior nos próximos anos.
A marca foi fundada por Gianni Versace em Milão em 1978 e foi adquirida pelo grupo Michael Kors, agora conhecido como Capri Holdings, em 2018 por 1,8 bilhão de euros. A família Versace recebeu 150 milhões de euros em ações da Capri como parte deste negócio.