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Uma significativa elevação nos preços do petróleo no cenário internacional está sendo observada, impulsionada por um novo conjunto de sanções voltadas ao setor energético da Rússia. Isso ocorre em um momento em que a Petrobras enfrenta uma considerável defasagem nos preços, o que levou a companhia a implementar um aumento de 25% no diesel e 16% na gasolina em agosto de 2023. Um possível novo aumento poderia impactar a inflação em 2025, especialmente em fevereiro, mas também proporcionaria um alívio para importadores e produtores de etanol, que têm visto uma diminuição em sua participação nos postos de combustíveis, devido aos preços congelados.
A situação atual revela que na Refinaria de Mataripe, mesmo com ajustes semanais, o diesel é vendido a um valor 11% abaixo do mercado internacional, enquanto a gasolina está 7% mais barata. O diesel não sofre reajuste há 383 dias nas refinarias da Petrobras, e a gasolina não é ajustada há 188 dias. No início do ano, a estatal aumentou o preço do querosene de aviação (QAV) em 7%, conforme os reajustes mensais previstos em contrato. O presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) salientou que a Petrobras não deveria operar com uma defasagem tão elevada, pois isso afeta tanto os importadores quanto os produtores de etanol. Com a alta do petróleo e a desvalorização cambial sem previsão de recuo, um pequeno ajuste nos preços poderia resultar em ganhos significativos para a empresa.
De acordo com o coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal da Fundação Getulio Vargas (FGV), a Petrobras precisará reajustar os combustíveis para evitar uma defasagem insustentável a longo prazo. Os especialistas preveem que os preços dos combustíveis devem ser ajustados em breve, impactando a inflação em janeiro e, principalmente, em fevereiro. No que diz respeito ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a gasolina é considerada uma das principais preocupações, uma vez que consome 5% do orçamento das famílias brasileiras. A soma de várias pressões inflacionárias, como o aumento no transporte público e a elevação nas mensalidades escolares e no IPVA, indica que um reajuste no preço da gasolina é iminente, resultado tanto da desvalorização do câmbio quanto da crescente demanda por petróleo.
As previsões de inflação para os próximos meses também dependem do comportamento da moeda estrangeira, que, por um lado, favorece as exportações e, por outro, eleva os preços internos. A analista de Inteligência de Mercado da StoneX destacou que o preço do petróleo atingiu seu nível mais alto desde outubro do ano passado, devido ao pacote de sanções contra o setor energético da Rússia, que visa a restringir seus lucros com a exportação de petróleo e gás natural. Essas novas sanções afetam não apenas os produtores russos, mas também a cadeia de fornecimento global, aumentando a dificuldade em negociar esses produtos no comércio internacional.
A presidente da Petrobras, em declarações passadas, havia afirmado que a empresa continuava lucrativa mesmo diante dos preços domesticamente ajustados, e houve indicações de que não havia planos para mudar essa política de preços. Assim, apesar da pressão crescente por um reajuste, os representantes da estatal não se manifestaram sobre a possibilidade de alterações nos preços até o momento presente.