15 março 2025
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A Prio Eleva Expectativas: Novas Aquisições a Partir de US$ 2 Bilhões

As ações da Prio, uma das principais empresas de petróleo júnior no Brasil, apresentaram um desempenho positivo durante a sessão de sexta-feira, 14 de março. Ao final do pregão na B3, o valor das ações cresceu 7,8%, destacando-se entre as maiores altas do dia. O otimismo no setor financeiro não se baseia apenas no lucro divulgado no balanço de 2024, mas também nas expectativas de crescimento impulsionadas por novas perfurações destinadas à extração de petróleo e gás natural.

Uma oportunidade significativa para a empresa surgiu com a obtenção da licença de perfuração para o campo de Wahoo, localizado na zona de pré-sal no Espírito Santo, recebida em 28 de fevereiro. No início da semana, as operações de perfuração já começaram na área. Com essa licença, concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Prio poderá iniciar seus trabalhos de prospecção, enquanto aguarda a licença de operação.

O campo de Wahoo é um elemento central na projeção da Prio para aumentar a comercialização direta de gás, anunciada em 2 de janeiro. A expectativa é que essa operação permita à empresa alcançar uma produção de 1 milhão de m³/dia, diversificando sua oferta para várias empresas além da Petrobras. O CEO da Prio, Roberto Monteiro, revelou durante a chamada de resultados que a campanha de perfuração foi iniciada com a esperança de obter os primeiros volumes de petróleo de Wahoo em 2025, o que potencialmente permitirá um aumento significativo na produção de petróleo e no volume de vendas no ano.

Em 2024, a companhia reportou uma receita total de US$ 2,4 bilhões, representando uma queda de 8% em comparação com o ano anterior. Essa redução foi atribuída a problemas operacionais em algumas plataformas ao longo do ano. Em contraste, o lucro aumentou 60% em relação a 2023, chegando a US$ 1,7 bilhão, beneficiado pela ativação de créditos fiscais resultantes da transferência das operações da Dommo Energia.

Os resultados já consideram a aquisição do campo de Peregrino, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro, que teve sua transação concluída em dezembro com a compra de 40% do ativo por US$ 1,19 bilhão da empresa chinesa Sinochem. Esta transação deve aumentar a produção diária da Prio em 40%, correspondendo a mais 36 mil barris por dia.

O CEO da empresa não descarta a possibilidade de futuras aquisições em 2025, porém, estabelece critérios rigorosos. Segundo Monteiro, a empresa está focada em oportunidades que apresentem um retorno significativo, com um valor estimado em torno de US$ 2 bilhões. Ele observou que, no passado, a empresa considerou ativos em torno de US$ 500 milhões, mas atualmente esses não proporcionam os retornos esperados. Além disso, enfatizou que a empresa está atenta às oportunidades no Brasil, mas não sente urgência em realizar muitas pequenas operações.

A busca por novos ativos não inclui o Golfo do México neste momento, embora haja curiosidade sobre a região. Monteiro destacou que, para investir lá, seria necessário um projeto com retorno adequado, algo que no momento não está no foco da companhia, que continuará concentrando seus esforços no Brasil.

A alavancagem da Prio aumentou com a aquisição do campo de Peregrino, elevando o índice de 0,5 vez da dívida líquida em relação ao EBITDA no terceiro trimestre de 2024 para 1,2 vez ao final do ano. Monteiro considera essa mudança esperada e sem preocupação, argumentando que o ativo adquirido já contribui para o EBITDA da empresa, e que a dívida é gerenciável, ressaltando que após operações de M&A, é normal haver um aumento na dívida líquida, seguido de um processo de desalavancagem.

Informações relevantes indicam que, ao fim de 2024, a empresa possuía um caixa de US$ 646 milhões, já considerando o pagamento pela aquisição do campo de Peregrino. Além disso, a empresa anunciou um valor de R$ 164 milhões destinado ao programa de recompra de ações. Nos últimos 12 meses, as ações PRIO3 sofreram uma desvalorização de 9,62%, e em 2025, até o momento, o papel apresenta uma baixa de 3,6%. O valor de mercado da Prio é de R$ 35,2 bilhões.

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