15 março 2025
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Estratégias de Conflito: 3 Lições Cruciais da Rússia e Ucrânia para Evitar a Guerra

A proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos na terça-feira (11) e aceita pela Ucrânia faz parte de uma estratégia com o objetivo de finalizar o conflito de forma duradoura e sustentável, segundo o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Essa sugestão levanta preocupações para a Ucrânia, especialmente considerando que o último acordo de paz firmado com a Rússia, há dez anos, resultou em um aumento da violência e desconfiança, culminando em uma guerra em larga escala.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky expressou em uma entrevista anterior que, embora a ideia de um cessar-fogo seja positiva, é crucial reconhecer a possibilidade de que a Rússia possa não cumprir seus compromissos. Ele ressaltou sua experiência de ser enganado previamente após a assinatura do cessar-fogo de Minsk, sugerindo uma falta de confiança nas intenções russas.

Os acordos de Minsk, que foram firmados inicialmente em setembro de 2014 e seguidos por um segundo acordo em fevereiro de 2015, tinham como propósito encerrar o conflito entre as forças ukrainianas e os separatistas apoiados pela Rússia nas regiões de Donetsk e Luhansk, localizadas na parte oriental da Ucrânia. Vladimir Putin e o então presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, assinaram os acordos, que foram mediado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE). Contudo, os acordos nunca foram integrados de forma total, e a violência continuou a surgir ao longo dos anos seguintes.

Enquanto a Ucrânia e seus aliados buscam encontrar novos caminhos para a paz, especialistas alertam que os insucessos dos acordos de Minsk servem como um alerta para os atuais esforços de mediação. Os riscos de a história se repetir são evidentes. Um ponto crucial destacado é a necessidade de fortalecer militarmente a Ucrânia. Em 2015, a assistência militar ocidental à Ucrânia era insignificante, focando principalmente em suprimentos não letais, embora o governo dos EUA na época proporcionasse equipamentos defensivos.

A então chanceler alemã, Angela Merkel, declarou em 2015 que a crise não poderia ser resolvida por meios militares e expressou incerteza quanto à eficácia das iniciativas diplomáticas. Os acordos de Minsk ocorreram após derrotas significativas das forças ucranianas. O primeiro foi assinado após o episódio mais mortal do conflito em Ilovaisk, onde centenas de soldados ucranianos perderam a vida. Seis meses depois, o segundo acordo foi firmado durante batalhas intensas em Debaltseve.

Os acordos não foram implementados de acordo com o planejado, e a diplomacia da época foi comprometida por essas perdas. Especialistas afirmam que a Rússia se encontrava em uma posição de força em campo de batalha, o que lhe permitiu aumentar a pressão sobre as negociações. Comparando a situação atual, a indústria militar ucraniana, apoiada por aliados ocidentais, apresenta uma capacidade muito maior do que em 2014. No entanto, ao aceitar um cessar-fogo temporário, a Ucrânia enfrenta desafios, incluindo os avanços russos no front oriental e o recente restrição de ajuda militar dos Estados Unidos, que gerou incertezas em relação ao suporte contínuo.

Por fim, os especialistas alertam que a pressa em alcançar um acordo pode ser prejudicial. Os acordos de Minsk, elaborados rapidamente à medida que a violência aumentava, exemplificam isso. As conclusões tomadas sem um entendimento claro acerca da implementação dos termos criaram ambiguidade, particularmente nas questões que ligam as disposições militares às políticas.

A falta de menção direta à Rússia nos acordos de Minsk destaca uma falha crítica. Apesar das evidências da intervenção russa, o texto do acordo omitiu esse fato, tratando o conflito como uma questão interna. Especialistas indicam que esse tipo de narrativa enganosa pode ser novamente utilizado, agora para desacreditar a legitimidade da liderança atual da Ucrânia. Apesar dos esforços para alcançar um entendimento positivo, os precedentes demonstram que significativas barreiras ainda existem no caminho para a paz e estabilidade na região.

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