Jair Bolsonaro realizou um ato público no domingo, 16, na orla de Copacabana, Rio de Janeiro, onde defendeu a proposta de anistia para os detidos em razão dos eventos de 8 de janeiro, além de comentar sobre sua situação judicial. Durante o evento, ele qualificou o inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe como uma “farsa”, comparando o desempenho do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Procuradoria-Geral da República à repressão do regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Essa declaração sugere a percepção de que a Justiça brasileira atua de maneira política e não imparcialmente contra opositores.
Além de suas críticas ao STF, Bolsonaro expressou a opinião de que a Justiça brasileira se envolve em manobras secretas para favorecer a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua retórica, o ex-presidente se posicionou como uma vítima inocente, ignorando as evidências de seu envolvimento em crimes. Em outro momento, ele afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo inquérito, teria inventado a narrativa sobre o golpe e estaria usando seu cargo de forma abusiva, levando ao falecimento de um dos detidos no dia 8 de janeiro.
Bolsonaro, acompanhado da viúva e das filhas de Cleriston Pereira da Cunha, que faleceu enquanto estava detido, alegou que uma decisão judicial negou a liberdade a uma pessoa com problemas cardíacos, resultando na morte do detento. Amanhã, a sociedade brasileira tem se habituado às declarações ofensivas de Jair Bolsonaro em relação às instituições. Com a ameaça de se tornar réu no STF por diversas acusações, incluindo a suposta tentativa de aniquilar o estado democrático de direito, o ex-presidente não encontrou uma vasta multidão de apoiadores nas ruas do Rio, mas se reafirmou em seu estilo de fazer política, considerado por muitos como criminoso.