Dezessete dias após o uso estratégico de Lula em um evento sobre uma obra em São Paulo para criticar Jair Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas proferiu um discurso significativo em um ato de extrema-direita em Copacabana, no Rio de Janeiro. Nesse discurso, ele defendeu a anistia para os presos em relação aos acontecimentos de 8 de janeiro, demonstrando uma clara compreensão de seu papel como um potencial candidato à presidência nas eleições de 2026.
Tarcísio de Freitas direcionou críticas ao governo petista, enfatizando o aumento dos preços de produtos essenciais como arroz e gasolina. Em suas palavras, ele lembrou a campanha de Lula em 2022, ressaltando promessas não cumpridas, e conclamou ao retorno de Bolsonaro: “Se está tudo caro, volta Bolsonaro”.
Embora Tarcísio esteja ciente de que Bolsonaro não poderá concorrer nas próximas eleições, ele navega com habilidade entre figuras proeminentes da política brasileira. Ele se encontra com Lula, participa de eventos ao lado de petistas e faz gestos políticos significativos em direção a opositores, ao mesmo tempo em que mantém lealdade a Bolsonaro e se posiciona como defensor de uma agenda que inclui críticas às instituições, mas de uma maneira mais moderada.
Durante seu discurso, Tarcísio questionou a razão para a exclusão de Jair Bolsonaro das eleições, insinuando que isso se deve a um medo do governo de perder. Ele criticou decisões do Tribunal Superior Eleitoral sobre a inelegibilidade de Bolsonaro, enquanto também se dirigia ao seu eleitorado conservador, especialmente aqueles que apoiaram os eventos de 8 de janeiro. Ele fez uma alusão a acusações de ações de figuras políticas em contraste com a detenção de uma cabeleireira, insinuando que as prioridades da justiça estavam desalinhadas.
Essas assertivas posicionam Tarcísio estrategicamente, indicando que ele considera uma futura candidatura à presidência como uma possibilidade real.