O principal investigado pelo caso é Maicol Antonio Sales dos Santos, de 26 anos, que permanece detido há nove dias. Nesta noite, ele irá prestar um novo depoimento, e as autoridades policiais esperam que ele admita ter cometido o homicídio de Vitória Regina Sousa, de 17 anos, em Cajamar, na Grande São Paulo. Este novo interrogatório será realizado na delegacia de Franco da Rocha, responsável pela investigação do caso.
Desde o início das apurações, Maicol é considerado o principal suspeito. A investigação forense revelou que foram encontradas fotos de Vitória salvas em seu celular, que datam, pelo menos, de 2024. Além disso, o aparelho continha imagens de facas e de um revólver. De acordo com o laudo técnico, o suspeito acessou uma foto publicada pela adolescente em um ponto de ônibus às 0h06 do dia 27 de fevereiro, data em que ela desapareceu, aproximadamente vinte minutos antes de desembarcar na parada perto de sua residência, no bairro de Ponunduva.
O padrasto do suspeito também informou à polícia que era proprietário de uma pá e uma enxada localizadas nas proximidades do corpo da vítima. A investigação também identificou vestígios de sangue no Toyota Corolla prata de Maicol, veículo que foi visto nas proximidades do local do crime. As amostras de sangue estão sendo analisadas para verificar se são compatíveis com o DNA de Vitória.
Além das evidências físicas, o álibi que Maicol apresentou às autoridades foi contestado por sua própria esposa. Ele alegou que estava com ela na noite do desaparecimento, mas a cônjuge afirmou que estava com sua mãe e que encontrou o marido apenas no dia seguinte. Diante de todas as provas coletadas, há a expectativa de que ele assuma a responsabilidade pelo crime neste novo depoimento. A polícia acredita que Maicol desenvolveu uma obsessão por Vitória, o que teria levado ao planejamento e execução do crime de forma solitária. Além da possível confissão, está prevista a reconstituição do crime com o suspeito para amanhã, terça-feira.
O homicídio de Vitória Regina ocorreu no dia 5 de março, uma semana após seu desaparecimento enquanto voltava do shopping onde trabalhava, localizado em Polvilho, que é um distrito de Cajamar. O corpo da jovem apresentava sinais graves de agressão e tortura; ela foi encontrada nua, com o cabelo raspado e ferimentos profundos de facadas no crânio e na aorta, além de possuir um sutiã amarrado ao redor do pescoço.
A jovem, que atuava como operadora de caixa, costumava trabalhar até às 23h. Sua rotina de retorno para casa incluía o uso de dois ônibus e um trecho em estrada de terra que conectava a última parada até a sua residência, um percurso diário realizado em cerca de quinze minutos quando feito de carro com seu pai. Na noite do dia 27 de fevereiro, no entanto, o veículo da família apresentava problemas mecânicos, e ela desapareceu durante o trajeto que fazia sozinha.
Durante a viagem de ônibus, Vitória relatou à amiga a sensação de estar sendo seguida por dois homens e enviou mensagens informando que estava se sentindo ameaçada. Nos dias que antecederam seu desaparecimento, a adolescente ponderou sobre a possibilidade de se mudar temporariamente para a casa de sua irmã mais velha, localizada em Polvilho, que ficava mais próxima do seu local de trabalho.
