18 março 2025
HomeInternacionalIsrael Intensifica Ataques Aéreos Direcionados ao Hamas na Faixa de Gaza

Israel Intensifica Ataques Aéreos Direcionados ao Hamas na Faixa de Gaza

As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que estão realizando “ataques extensivos” direcionados a “alvos terroristas” do Hamas na Faixa de Gaza. Esta operação inicia-se em um contexto de dificuldades nas negociações para avançar na próxima fase do acordo de cessar-fogo estabelecido em janeiro.

A ordem para os ataques foi dada pelo primeiro-ministro de Israel e pelo ministro da Defesa, que acusam o Hamas de negar repetidamente a liberação de reféns. Em comunicado oficial, foi afirmado que, doravante, Israel intensificará suas ações militares contra o Hamas.

De acordo com dados da Defesa Civil de Gaza, os ataques resultaram na morte de pelo menos 66 pessoas. Um porta-voz do Hamas acusou Israel de romper unilateralmente o cessar-fogo, conforme relatado por uma rede de notícias americana. Informações da agência de notícias Reuters indicam que três residências foram atingidas em Deir Al-Balah, um prédio na Cidade de Gaza e alvos em Khan Younis e Rafah.

Durante um evento ocorrido no último sábado, nove palestinos, incluindo três jornalistas, foram mortos e vários outros feridos por um ataque aéreo israelense em Beit Lahiya, localizada no norte de Gaza. Este evento evidenciou a fragilidade do atual cessar-fogo, que teve sua primeira fase encerrada duas semanas atrás. O Hamas reiterou a exigência para que Israel avance com a segunda fase do acordo, que visa encerrar o conflito de forma definitiva.

A primeira fase do cessar-fogo possibilitou, ao longo de seis semanas, a troca de 25 reféns israelenses ainda vivos e os restos mortais de outros oito, em troca da libertação de aproximadamente 1.800 palestinos que estavam detidos em Israel. Essa fase também permitiu a entrada de assistência humanitária e o retorno da população local às suas residências no norte de Gaza.

O governo de Tel Aviv, até o momento, não avançou para a próxima etapa e solicitou uma prorrogação de várias semanas da fase 1 da trégua. O enviado do ex-presidente dos Estados Unidos, Steve Witkoff, também tem pressionado por uma proposta que prolongue a trégua.

O primeiro-ministro israelense tem se mostrado consistentemente contrário à ideia de um encerramento definitivo da guerra em Gaza, em parte devido a considerações políticas internas. Ele enfrenta impopularidade e uma vantagem mínima de dois votos no Parlamento, o que o leva a atender às demandas de partidos religiosos radicais que compõem sua coalizão e se opõem a quaisquer concessões em Gaza. Isso ocorre em um contexto de crescente pressão internacional, incluindo pedidos dos Estados Unidos para resolver um conflito que já persiste por mais de um ano, deixando, conforme dados oficiais, quase 50 mil palestinos mortos.

Nas últimas semanas, o primeiro-ministro também teve que comparecer a tribunal em múltiplas ocasiões para responder a acusações envolvendo suborno, fraude e tráfico de influência.

Após mais de 16 meses de negociações mediadas pelos Estados Unidos, Catar e Egito entre Israel e o Hamas, a administração americana recentemente estabeleceu um canal de comunicação direto com o Hamas. O objetivo desse canal é facilitar a libertação de cidadãos americanos sequestrados durante um ataque a Israel em outubro de 2023, no qual o grupo tomou 251 reféns e resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas, em sua maioria civis.

Em uma recente postagem nas redes sociais, uma figura política proeminente ameaçou a população de Gaza com severas consequências caso todos os 58 reféns restantes não fossem liberados. Acredita-se que menos da metade desses reféns ainda esteja viva.

A reação oficial do governo israelense em relação às conversas diretas entre os Estados Unidos e o Hamas foi limitada a uma breve declaração reconhecendo as negociações. No entanto, houve relatos na mídia que indicam que Israel ficou surpreso ao descobrir que o enviado americano havia, em segredo, mantido conversas com um alto funcionário do Hamas.

Em um esforço para pressionar o inimigo, Israel suspendeu todos os suprimentos de ajuda humanitária para Gaza e, no último domingo, cortou o fornecimento restante de eletricidade para a região.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!