18 março 2025
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Conflito em Gaza: Mais de 400 Mortos em Ataques de Israel e Fim do Cessar-Fogo

O cessar-fogo em Gaza foi rompido na manhã desta terça-feira (18), horário local, com a realização de ataques aéreos israelenses no território. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que será empregada uma “força militar crescente” contra o Hamas. As ofensivas aéreas noturnas miraram diversos locais em Gaza, resultando na morte de mais de 400 pessoas, conforme informações de autoridades palestinas, marcando os bombardeios mais intensos desde o último cessar-fogo, que perdurou por meses. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou que “nesta noite voltamos a lutar em Gaza”.

A trégua entre Israel e o Hamas, já fragilizada, havia terminado há mais de duas semanas, e as partes envolvidas não conseguiram chegar a um consenso sobre um caminho para a libertação dos reféns israelenses restantes e a possibilidade de paz duradoura. A agência de segurança e defesa de Israel afirmou que estava realizando “ataques extensos” contra alvos do Hamas na região. Em resposta, o Hamas acusou Netanyahu de ter decidido anular o acordo, o que colocaria os prisioneiros em Gaza em risco.

A nova rodada de ataques israelenses resultou na morte de pelo menos 404 pessoas e no ferimento de mais de 440, conforme relatado pelo Ministério da Saúde palestino em Gaza. A doutora Razan Al-Nahhas, médica voluntária da organização Humanity Auxilium, descreveu os eventos como “absolutamente horríveis”, relatando múltiplas explosões em sequência. A Defesa Civil em Gaza informou que várias pessoas ficaram “presas sob os escombros de casas bombardeadas em diversas áreas” do território.

Imagens e vídeos de diferentes locais mostraram o desespero de famílias ao levarem entes queridos feridos para hospitais superlotados, enquanto equipes de resgate transportavam pacientes. Muitos dos feridos estavam cobertos por cobertores ensanguentados, e mortes, incluindo de crianças, foram documentadas em hospitais espalhados pela Faixa de Gaza. O exército israelense, mais tarde, anunciou uma “ofensiva massiva” e recomendou que civis em determinados bairros deixassem as áreas, gerando preocupações sobre deslocamentos em massa.

Na Cidade de Gaza, a doutora Al-Nahhas relatou que os ataques começaram por volta das duas da manhã, com a clínica Al-Ahli recebendo uma quantidade incessante de pacientes, sendo a maioria crianças. Ela descreveu um cenário caótico, onde as vítimas apresentavam ferimentos graves. Em um dos relatos, citou um menino de sete anos que estava em estado crítico, implorando por ajuda enquanto dizia que sua família toda havia sido morta. A médica observou corpos empilhados, e devido à falta de um necrotério, muitas vítimas estavam apenas enroladas em cobertores.

O sistema de saúde em Gaza já exaurido enfrenta um colapso, com escassez de medicamentos e equipamentos médicos. Muhammad Abu Salmiya, chefe do Hospital Al-Shifa, o maior de Gaza, destacou que as salas de cirurgia estão lotadas, resultando em mortes de pacientes que não encontram atendimento.

O retorno dos ataques por Israel ocorre em meio ao aumento de violência em várias partes do Oriente Médio. Este fenômeno foi intensificado após o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenar ações militares contra os rebeldes Houthi no Iémen. Além disso, confrontos transfronteiriços acentuaram as tensões entre o Líbano e a nova administração islâmica na Síria. O governo israelense informou à administração Trump antes de realizar os ataques a Gaza, segundo declarações da secretária de imprensa da Casa Branca.

Desde o início do cessar-fogo em 19 de janeiro, o exército israelense já estava ativo em Gaza, mas os ataques aéreos deste dia marcam uma clara indicação do fracasso nas tentativas de prorrogar a trégua. Netanyahu e o ministro da Defesa Katz afirmaram que a operação foi ordenada devido à recusa do Hamas em libertar reféns e em aceitar propostas de mediação do enviado presidencial dos Estados Unidos.

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