Em 2015, o Acordo de Paris foi adotado com a finalidade de reforçar a resposta global às mudanças climáticas e assegurar o compromisso dos países em enfrentar e mitigar os efeitos dessa questão. O tratado foi aprovado por 195 nações durante a Conferência das Partes (COP21), realizada em Paris, França. Neste contexto, ficou estabelecido um compromisso de limitar o aumento da temperatura média global a significativamente menos de 2 °C em relação aos níveis pré-industriais, com uma meta específica de limitar esse aumento a 1,5 °C.
O aumento de 1,5 °C é considerado crítico pelas consequências que acarreta. A ciência concorda que manter o aquecimento abaixo desse limite é essencial. A especialista em política climática afirma que a maioria dos países envolvidos nas negociações reconhece a importância dessa meta. Entretanto, em 2024, a média global alcançou 1,6 °C acima dos níveis pré-industriais, pela primeira vez. Esse aumento gera impactos tanto econômicos quanto climáticos significativos, especialmente em setores como a agricultura, que depende de um clima estável.
O impacto do Acordo de Paris é um tema de crescente debate à medida que o limite de 1,5 °C foi superado. Desde a sua adoção, houve avanços, mas ainda não no ritmo necessário para alcançar resultados efetivos. Em 2015, projeções indicavam uma possível elevação de 3,6 °C; atualmente, as políticas em vigor sinalizam um aumento de cerca de 2 °C, enquanto a neutralidade de carbono até 2050 poderia limitar o aquecimento a 1,9 °C. Apesar das iniciativas já implementadas, a velocidade de redução das emissões de gases de efeito estufa ainda é considerada insuficiente.
As próximas décadas apresentarão desafios significativos para o cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris. A superação do limite de aquecimento global em 2023 exemplifica esses desafios. A estrutura do tratado, que depende do comprometimento voluntário dos países, pode dificultar a implementação de ações mais assertivas e exigirá uma pressão contínua da sociedade civil para que os compromissos sejam cumpridos.
A retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris foi um acontecimento que gerou controvérsia e preocupação, dado o papel proeminente do país nas emissões globais. Essa decisão afeta não apenas a cooperação internacional, mas também o financiamento climático crucial para a transformação que os países necessitam. O retorno ao Acordo e a participação nos fundos para mudanças climáticas são aspectos que estarão sob scrutinização nas próximas negociações.
A COP30, marcada para Belém do Pará, será um momento decisivo para a continuidade das negociações e a implementação efetiva das ações necessárias para enfrentar as mudanças climáticas. A expectativa é que o evento não apenas promova discussões sobre desenvolvimento sustentável, mas que também conduza a decisões que ajudem a concretizar os compromissos assumidos pelos países.
Neste contexto, a COP30 pode ser um passo importante na implementação das políticas climáticas acordadas. Questões como a transição dos combustíveis fósseis para alternativas mais sustentáveis estarão em pauta, e a colaboração e concertação entre os países continuarão sendo fundamentais para o alcance de soluções viáveis.