O parlamento húngaro votou, no dia 18 de setembro, a favor de uma legislação que proíbe a marcha do Orgulho LGBTQ+ no país. Além disso, foi aprovada uma resolução que se opõe ao empréstimo conjunto da União Europeia destinado a gastos em defesa. Essas ações estão ocorrendo enquanto o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, se prepara para participar de uma cúpula em Bruxelas no final da semana.
O partido Fidesz, liderado por Orban e que possui a maioria no parlamento, apresentou uma proposta de lei no dia 17 de setembro para banir a marcha anual do Orgulho, justificando a decisão com a alegação de que essa atividade poderia representar um risco para as crianças. A proposta foi aprovada em um ritmo acelerado no dia seguinte.
Em resposta à nova legislação, o prefeito de Budapeste, que tem uma postura liberal, teceu críticas. Durante a votação, legisladores do partido de oposição Momentum exibiram sinalizadores de fumaça e uma série de imagens manipuladas, retratando Orban e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em uma cena provocativa. Apesar da proibição, os organizadores da marcha do Orgulho deste ano afirmaram suas intenções de prosseguir com o evento.
Adicionalmente, o parlamento aprovou uma resolução contrária ao empréstimo europeu conjunto para defesa. Orban havia declarado anteriormente que a Hungria deveria participar da política de defesa comum da Europa e contribuir financeiramente, mas insistiu que não apoiar o empréstimo coletivo. A Comissão Europeia sugeriu, no início do mês, um empréstimo de até 150 bilhões de euros para financiar rearmamentos nos estados membros da UE. Para que a proposta seja aprovada, é necessária uma maioria qualificada, ou seja, o apoio de pelo menos 15 dos 27 países da UE, representando no mínimo 65% da população total do bloco. Com isso, a Hungria, isoladamente, não tem o poder de bloquear a iniciativa.
