As autoridades turcas detiveram o principal oponente político do presidente Tayyip Erdogan nesta quarta-feira (19), enfrentando acusações que incluem corrupção e apoio a um grupo terrorista. O partido de oposição classificou essa ação como “uma tentativa de golpe contra nosso próximo presidente”. O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, do Partido Republicano do Povo (CHP), está sob investigação em dois casos distintos. As acusações contra ele também englobam a liderança de uma organização criminosa, suborno e fraude em licitações. Imamoglu, que já ocupa a prefeitura em seu segundo mandato, era esperado como candidato contra Erdogan nas próximas eleições, nas quais se projeta como uma figura significativa.
Em um vídeo postado na plataforma X, Imamoglu se manifestou, afirmando que não desistirá e que irá resistir à pressão sofrida. A declaração do gabinete do promotor de Istambul a respeito da primeira investigação aponta que cerca de 100 pessoas, incluindo jornalistas e empresários, são suspeitas de estarem ligadas a atividades criminosas associadas a certas licitações do município. Na segunda investigação, Imamoglu e outras seis pessoas são acusados de apoiar o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado um grupo terrorista pela Turquia e seus aliados ocidentais.
A detenção de Imamoglu ocorreu um dia após a decisão da Universidade de Istambul de anular seu diploma, um fator que poderia impedi-lo de concorrer nas eleições presidenciais. As próximas eleições estão agendadas para 2028, embora possam ocorrer antes, caso Erdogan decida se candidatar novamente. Em resposta à situação, o gabinete do governador de Istambul estabeleceu uma proibição de todas as reuniões e protestos na cidade por um período de quatro dias.