Ataques realizados por Israel resultaram na morte de pelo menos cinco palestinos na Faixa de Gaza nesta quarta-feira, de acordo com autoridades de saúde locais. O exército israelense, que reiniciou seus ataques sobre a área, afirmou ter como alvo um local militar do Hamas na região norte.
Três vítimas foram mortas em um ataque aéreo a uma residência no subúrbio de Sabra, na cidade de Gaza. Outro ataque aéreo causou a morte de dois homens e deixou seis feridos na cidade de Beit Hanoun, situada ao norte. As Forças de Defesa de Israel relataram que atacaram um local do Hamas onde estariam ocorrendo preparativos para disparos direcionados ao território israelense.
Os bombardeios foram retomados menos de 24 horas depois que os dois lados trocaram acusações sobre a violação de um acordo de cessar-fogo, que havia proporcionado quase dois meses de trégua. A marinha israelense atacou diversos barcos, supostamente envolvidos em ações “terroristas” associadas ao Hamas e à Jihad Islâmica. Moradores palestinos informaram que um drone israelense atingiu vários barcos de pesca na costa da cidade de Gaza, provocando incêndios em alguns deles.
Nesta quarta-feira, o exército israelense distribuiu panfletos em áreas de Beit Hanoun e Khan Younis, localizadas ao norte e ao sul da Faixa de Gaza, orientando os moradores a evacuarem suas casas e indicando que se encontravam em “zonas de combate perigosas”. Um dos panfletos advertia: “Ficar nos abrigos ou na tenda atual coloca suas vidas e as de seus familiares em perigo, saia imediatamente.”
Na terça-feira, os ataques aéreos israelenses causaram a morte de mais de 400 pessoas, conforme reportado por autoridades palestinas, e Israel afirmou que os bombardeios representavam “apenas o começo” de uma nova ofensiva. Ambos os lados se acusam mutuamente pela quebra da trégua, que havia sido mantida de forma relativamente estável desde janeiro, oferecendo um respiro aos 2,3 milhões de residentes de Gaza, que estão vivendo em condições devastadoras.
O primeiro-ministro israelense declarou que as ofensivas foram ordenadas devido à recusa do Hamas em aceitar propostas que garantiriam a prorrogação do cessar-fogo. Por sua vez, o Hamas, que mantém 59 dos aproximadamente 250 reféns que Israel afirma ter sido capturados durante o ataque de 7 de outubro, acusou o governo israelense de comprometer os esforços dos mediadores para alcançar um acordo duradouro que encerrasse os combates.
De acordo com autoridades do Hamas, o grupo ainda está interessado em finalizar o acordo de cessar-fogo em três fases já assinado. No dia do ataque inicial do Hamas a Israel, cerca de 1.200 pessoas foram mortas, de acordo com os dados israelenses. A campanha militar de Israel em Gaza já resultou na morte de mais de 48 mil indivíduos, segundo autoridades de saúde palestinas.
