A zagueira do Chelsea e da seleção inglesa, Lucy Bronze, revelou que seu diagnóstico de autismo e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) a contribuíram para seu desenvolvimento como atleta. Bronze, que recebeu o diagnóstico em 2021, desempenhou um papel fundamental na conquista da Eurocopa Feminina em 2022 e na campanha da seleção na final da Copa do Mundo de 2023. Ao longo de sua carreira, ela ganhou a Liga dos Campeões Feminina em cinco ocasiões, sendo duas com o Barcelona e três com o Olympique Lyonnais, da França.
A jogadora compartilhou sua perspectiva sobre como seu foco intenso a beneficia em campo. “Como eu processar as informações, sendo extremamente focada. As pessoas sempre comentam: ‘Ah, você é tão apaixonada por futebol’. Na verdade, não sei se diria que sou apaixonada; sou obcecada. Isso é o resultado do meu autismo, essa hiperfixação no futebol. O exercício é muito positivo para TDAH e autismo. Ter um objetivo a atingir, algo que mantenha a mente ocupada, é fundamental”, declarou.
Durante seus anos na escola, Bronze enfrentou dificuldades com leitura e ortografia, o que levou ao diagnóstico de dislexia. Sua mãe já suspeitava de autismo há muito tempo, mas o diagnóstico oficial de autismo e TDAH ocorreu durante um acampamento de treinamento na Inglaterra, há quatro anos. Bronze explicou que, embora isso não tenha mudado sua essência, proporcionou uma nova compreensão sobre si mesma: “Aprendi mais sobre minha personalidade e agora entendo por que, em determinadas situações, percebia as coisas de maneira diferente das outras pessoas ou reagia de forma distinta”, afirmou.
Atualmente, Bronze atua como embaixadora da National Autistic Society no Reino Unido, contribuindo para a conscientização e a redução do estigma relacionado ao autismo. Ela ressaltou a dificuldade de ser incompreendida na juventude, destacando a importância de seu trabalho com a instituição: “Ser mal interpretado na infância é um desafio. Por isso, decidi me envolver com a organização”, concluiu.