20 março 2025
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Selic Atinge 14,25% ao Ano, Nível Mais Alto Desde a Crise de Dilma

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, nesta quarta-feira (19), um aumento de um ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), passando de 13,25% para 14,25% ao ano. A decisão foi tomada de forma unânime, com o objetivo de manter a estratégia da instituição voltada para a contenção da inflação. Atualmente, a Selic está em seu maior patamar desde outubro de 2016, um período marcado por consequências da crise política sob o governo de Dilma Rousseff. Este representa o quinto aumento consecutivo da taxa de juros e a terceira alta seguida de um ponto percentual.

A escolha de elevar a Selic foi justificada pelo Banco Central em função de um cenário de inflação persistente e de um crescimento econômico superior ao esperado. No ano anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) apresentou um aumento de 3,4%, e o mercado de trabalho continua ativo. A entidade também mencionou o aumento dos gastos públicos e a instabilidade no ambiente internacional, em especial devido à guerra comercial iniciada pelo presidente dos Estados Unidos.

A nota oficial divulgada após a reunião do Copom sinalizou que outras elevações podem ser apropriadas. O comunicado afirmou que, considerando o cenário adverso para a convergência da inflação, a elevada incerteza e os atrasos típicos do ciclo de aperto monetário, o comitê antecipa um ajuste de menor magnitude na próxima reunião, caso o cenário esperado se concretize.

Esse aumento já era amplamente aguardado pelo mercado financeiro, conforme levantamento de uma instituição de pesquisa, que indicou que todos os economistas consultados previam essa elevação na Selic. Além disso, o boletim Focus mais recente revelou uma deterioração nas expectativas de inflação para 2026, com uma projeção de IPCA em 4,48%, próximo ao teto da meta estabelecida.

Com a elevação da Selic, espera-se que o crédito bancário se torne mais caro, impactando tanto o consumo quanto os investimentos. Por outro lado, os juros mais altos podem atrair capital estrangeiro, contribuindo para a valorização do real em relação ao dólar.

Esta foi a segunda reunião do Copom sob a presidência de Gabriel Galípolo, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, a maioria dos integrantes do comitê foi escolhida pelo governo Lula, o que influencia as decisões em relação à política monetária.

A próxima reunião do Copom está agendada para os dias 6 e 7 de maio, quando o Banco Central irá considerar a necessidade de novos ajustes na taxa de juros, tendo em vista a evolução de indicadores econômicos e as expectativas de inflação.

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