Durante uma sessão no Senado, o presidente da Casa solicitou que o parlamentar se retratasse por suas declarações controversas. O senador Plínio Valério, do PSDB do Amazonas, afirmou não ter remorsos a respeito de sua sugestão de “enforcar” a ministra do Meio Ambiente. Ele explicou que considerou sua afirmação como uma piada e, embora reconhecesse a inadequação do momento, sustentou que não sentia culpa. Valério alegou que a reação das pessoas na sala foi de risos e defendeu sua posição, questionando a sensibilidade do Senado em relação a questões mais graves, como mortes relacionadas a licenças ambientais.
A polêmica começou em um evento no Amazonas, onde Valério expressou sua frustração ao não conseguir ouvir a ministra durante uma audiência. Sua fala foi classificada como imprópria e agressiva pelo presidente do Senado, que exigiu uma explicação. A ministra Marina Silva expressou indignação em resposta às declarações do senador, que insinuaram violência contra ela, reiterando que a violência nunca deve ser uma solução para divergências políticas.
Marina criticou diretamente o comportamento do senador, destacando que somente indivíduos psicopatas fariam ameaças, mesmo que sob a forma de brincadeira. Ela observou que essa atitude seria menos frequente se a discussão ocorresse com um homem, enfatizando que suas palavras refletem uma cultura de desrespeito que afeta especialmente mulheres, especialmente aquelas de origens humildes e que desafiam interesses estabelecidos.
A ministra sublinhou que comentários misóginos, como o de Valério, revelam desigualdade de gênero na política. Ela argumentou que a violência política de gênero não se restringe a mulheres em posições de destaque, mas tem repercussões que afetam todas as mulheres. Marina destacou a importância de combater esse tipo de violência para promover um ambiente político mais saudável e respeitoso.