Os Estados Unidos estão em meio a uma crise constitucional, conforme análise de um especialista em História e Política. Essa situação já era prevista antes da eleição de Donald Trump, que demonstrava a intenção de alterar a dinâmica do exercício do poder no país. Trump tem contado com a assessoria de profissionais qualificados, especialmente na área jurídica, que defendem uma tese que propõe um poder executivo mais centralizado.
Essa perspectiva representa uma contradição com a história americana, que se baseia em princípios do iluminismo e nas ideias de Montesquieu sobre a separação dos poderes. Um modelo que funcionou adequadamente por 250 anos na nação agora enfrenta tentativas de reestruturação. O especialista observa que a administração Trump busca uma reorganização em várias áreas, incluindo a política externa, a economia e, de maneira significativa, a operação das instituições políticas do país. Essa abordagem sugere que o Executivo poderia agir como um poder absoluto, com a capacidade de determinar a alocação de recursos e a aplicação de decisões judiciais.
A incerteza acerca do futuro é um tema levantado pelo especialista, que questiona como essa crise poderá ser solucionada. Embora o Executivo tenha, atualmente, uma maior capacidade de implementar decisões, resta saber quem será responsável por fazer com que o presidente cumpra essas determinações, se necessário. Um impeachment poderia ser considerado, mas o cenário político atual não parece favorável a tal ação. Esta crise parece destinada a perdurar por algum tempo, e em algum momento será necessário tomar uma decisão. O fortalecimento do poder de Trump, com a nova interpretação do funcionamento das instituições, poderá ocorrer, ou poderá haver uma pressão do Congresso e do Judiciário para restabelecer o funcionamento normal das estruturas de poder.