O ministro da Fazenda Brasil, Fernando Haddad, declarou recentemente que a situação inflacionária para este ano pode apresentar resultados mais favoráveis do que o antecipado pelo mercado, que prevê uma ultrapassagem do teto da meta inflacionária. De acordo com o Boletim Focus, que compila as previsões de economistas e agentes do mercado financeiro, a expectativa é de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve como indicador da inflação, encerre o ano de 2025 em 5,65%. A meta central de inflação para 2025 é de 3%, com um limite de tolerância de até 4,5%.
Durante um evento promovido pelo jornal Valor Econômico, o ministro mencionou que fatores como a colheita, as flutuações do câmbio e a situação geopolítica global podem beneficiar o Brasil. Ele expressou sua expectativa de que houve potencial para surpresas positivas na inflação ainda neste ano, devido a esses fatores. Haddad salientou que as condições do mercado, especialmente no que se refere à safra e ao câmbio, podem ser mais favoráveis do que o cenário projetado.
O ministro também discutiu as ações do Federal Reserve no ano anterior como um fator que desestabilizou as previsões econômicas ao redor do mundo. Ele destacou que havia uma expectativa de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos para o início do ano, mas na prática o Fed reduziu apenas 50 pontos base, enquanto indicava a possibilidade de novos aumentos. Essa situação impactou a valorização do dólar globalmente, afetando a economia brasileira. Contudo, Haddad observou que esse movimento pode estar se revertendo e que, no Brasil, a taxa de câmbio está começando a se estabilizar em um nível mais alinhado com os padrões internacionais.
Apesar das dificuldades apresentadas pelo cenário internacional, o ministro demonstrou confiança em relação suas repercussões sobre a economia brasileira. Ele não acredita que as surpresas negativas enfrentadas no ano passado se repetirão, e embora outros desafios possam surgir, Haddad se sentiu otimista ao afirmar que essa específica questão não deveria se manifestar novamente. Essa conjuntura pode facilitar uma diminuição da inflação e auxiliar na execução da política monetária pela autoridade monetária.
Embora o ministro tenha se abstido de fazer previsões concretas, ele indicou que o país pode apresentar mais flexibilidade econômica do que se imaginava anteriormente. Ele enfatizou que existem razões para um otimismo moderado para o restante deste ano, embora não pudesse detalhar com precisão as margens de manobra disponíveis. Haddad acredita que há uma possibilidade de maior espaço de manobra do que o previsto no atual cenário econômico.