31 março 2025
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Morte de Brasileiro-Palestino em Presídio: Entenda o Caso Impactante

O jovem Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos, faleceu no dia 23 de outubro enquanto estava detido na prisão de Megiddo, localizada em Israel. A informação sobre sua morte foi divulgada pela Comissão de Assuntos de Prisioneiros e Detentos Palestinos, que faz parte da Autoridade Palestina. Ele havia sido preso na madrugada de 30 de setembro do ano anterior na Cisjordânia, onde residia, sob a acusação de ter agredido soldados israelenses. Walid foi inicialmente transferido para o centro de integração de Huwwara antes de ser enviado para Megiddo, onde teve acesso restrito a seu advogado e à sua família. Na época de sua morte, ele se encontrava em prisão preventiva.

Conforme informações da Autoridade Palestina, as autoridades israelenses notificaram a comissão sobre o falecimento de Walid, mas não ofereceram explicações sobre as circunstâncias nem a causa de sua morte. As condições que cercam esse evento ainda são obscuras, mas há suspeitas de que tenha ocorrido por negligência médica. Segundo o Gabinete de Ligação Palestino, o jovem sofria de sarna e disenteria amebiana. A Comissão de Assuntos de Prisioneiros e Detentos Palestinos também relatou que as autoridades israelenses não liberaram o corpo para que a família pudesse fazer os trâmites necessários.

Estima-se que aproximadamente 6.000 palestinos de origem brasileira residam na Cisjordânia, território que ainda é parcialmente controlado por Israel. O pai de Walid tinha cidadania brasileira, enquanto a família se estabeleceu em Silwad, próximo à região de Ramallah. Adicionalmente, a morte de Walid eleva para 63 o número de prisioneiros palestinos que faleceram em cárceres israelenses, sendo ele o primeiro menor de idade a ser incluído nessa estatística, segundo informações da Defesa das Crianças Internacional — Palestina.

A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) descreveu a prisão de Megiddo como “notória pelo uso de tortura com choques elétricos, espancamentos, privação de comida e até o uso de cães”. De acordo com o jornal Haaretz, é comum que prisioneiros sejam despidos, algemados pelos pés e mãos por períodos prolongados e fiquem sem comida e cobertores, resultando em várias hospitalizações devido a abusos sofridos.

Desde o início do conflito em Gaza, o governo brasileiro tem realizado diversas operações de repatriação para cidadãos brasileiros. Conforme o Itamaraty, 1.560 brasileiros e seus familiares foram evacuados da região, incluindo aqueles localizados em Israel, Gaza e Cisjordânia.

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