31 março 2025
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Ibovespa Recuo nas Máximas do Dia, Mas Conquista Alta ao Final

A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) e a desvalorização do dólar no exterior foram fatores cruciais que influenciaram o mercado financeiro nesta terça-feira (25). O intenso fluxo de capital saindo dos Estados Unidos em direção à Europa e a países emergentes também teve um impacto significativo no Ibovespa, que atingiu uma máxima de 133.471,08 pontos, mas não conseguiu mantê-la ao final do pregão. Ao término da sessão, o índice registrou uma alta de 0,57%, encerrando em 132.067,69 pontos. Por sua vez, o dólar teve uma queda de 0,78%, cotado a R$5,7081. No acumulado do ano, a moeda americana apresenta uma desvalorização de 7,62% em relação ao real.

De acordo com análises de especialistas, as ações brasileiras têm se beneficiado do fluxo contínuo de investimentos estrangeiros direcionados a mercados emergentes. Esse movimento é interpretado como um sinal de potencial mudança na percepção de risco do mercado, com o Brasil se destacando como um dos principais favorecidos. Desde o início de 2025, o Ibovespa já apresentou uma valorização de cerca de 10%, tendo se aproximado do recorde intradia de 137.469,26 pontos, que foi registrado no final de agosto de 2024.

Durante a manhã, o Copom publicou a ata de sua reunião anterior, na qual decidiu aumentar a taxa Selic em 100 pontos-base, situando-a em 14,25% ao ano e indicando a possibilidade de um novo aumento, de menor magnitude, em maio. No documento, o Banco Central destacou a elevada incerteza e comunicou que o ciclo de alta de juros ainda não chegou ao fim. A ata ressaltou que o cenário para a inflação em direção à meta se torna mais desafiador, requerendo um período de restrição monetária mais prolongado que o esperado anteriormente.

Profissionais consultados pela Reuters caracterizaram a ata como “hawkish”, ou seja, com um viés rígido em relação à inflação, o que contribuiu para a queda do dólar frente ao real. A análise do conteúdo da ata sugere continuidade no aumento da taxa de juros e um tempo mais longo para possíveis cortes na Selic, impactando diretamente o mercado cambial. Dessa forma, uma Selic elevada por um período maior amplia o diferencial de juros favorável ao Brasil, o que pode atrair novos investimentos em dólares.

Entre os destaques do dia, a SABESP ON registrou uma alta de 3,34%, após a divulgação de seu desempenho operacional, que apresentou um crescimento de 4,1% no Ebitda ajustado, totalizando R$3 bilhões. O CEO da empresa mencionou a expectativa de economias de custo significativas a partir de 2025, com a implementação de um modelo de orçamento baseado em zero.

A VAMOS ON teve uma valorização de 15,62%, impulsionada pela análise do relatório de seu último trimestre, que reportou um lucro líquido de R$213 milhões, superando as expectativas do mercado, além de um aumento de 27,6% no Ebitda, que alcançou R$882,4 milhões. O grupo também planeja investimentos líquidos de R$2,1 bilhões para 2025.

Por sua vez, a HAPVIDA ON encerrou o dia com um ganho de 7,21%, buscando recuperação após uma sequência de quatro pregões em baixa, representando uma queda de quase 12%. A operadora de saúde informou que investidores não residentes adquiriram ações da empresa, elevando sua participação a aproximadamente 5,15%.

O MAGAZINE LUIZA ON subiu 2,45%, aumentando sua valorização no ano para mais de 60%, após a aprovação do conselho de administração de um proposta de distribuição de dividendos intermediários no total de R$225 milhões, que será votada em assembleia geral extraordinária marcada para 24 de abril.

O BRADESCO PN teve uma valorização de 1,66%, em um dia positivo para o setor bancário. A equipe de executivos reforçou as expectativas para 2025 em uma reunião com analistas, detalhando as partes móveis do crescimento projetado da receita, em um cenário mais favorável para a otimização de spreads e funding.

O ITAÚ UNIBANCO PN avançou 0,81%, enquanto o BANCO DO BRASIL ON fechou com alta de 0,39% e o SANTANDER BRASIL UNIT subiu 1,27%.

A VALE ON apresentou um incremento de 0,33%, beneficiada pelo aumento nos preços dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado encerrou em alta de 0,65%. A mineradora também informou que sua subsidiária Vale Overseas Limited recomprou US$323,96 milhões em títulos emitidos que vencem entre 2034 e 2039.

A PETROBRAS PN registrou uma alta de 0,79%, em um contexto marcado pela descoberta de hidrocarbonetos no pré-sal da Bacia de Campos, em um poço exploratório no bloco Norte de Brava. Em termos internacionais, o barril de petróleo Brent teve uma cotação praticamente estável.

A EMBRAER ON, por outro lado, teve uma queda de 2,12%, em um dia de realização de lucros, após ter atingido máximas na semana anterior. Analistas apontaram que há crescente preocupação sobre os impactos do aumento nas tarifas de importação dos EUA, mas destacaram que o efeito líquido nas operações da Embraer seria limitado.

A SÃO MARTINHO ON recuou 1,67%, marcando seu quarto dia consecutivo no vermelho. Recentemente, um relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicou que o preço médio do etanol nas usinas de São Paulo teve a terceira queda semanal consecutiva, à medida que as usinas buscam escoar os estoques antes do início da temporada 2025/26, em abril.

Por fim, a CAIXA SEGURIDADE ON fechou com uma desvalorização de 1,33%, após analistas do Citi atualizarem sua recomendação sobre as ações para “neutra”, revisando também o preço-alvo para R$15,50, uma redução em relação à meta anterior de R$18.

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