Pelo menos 24 mortes foram registradas e mais de 20 pessoas ficaram feridas em decorrência dos incêndios florestais que devastam a região sudeste da Coreia do Sul desde o último fim de semana. Autoridades locais informaram que, até a quarta-feira, 26, mais de uma dúzia de focos de incêndio foram identificados, levando cerca de 27 mil pessoas a evacuarem suas residências de forma emergencial.
Entre as vítimas, destaca-se o piloto de um helicóptero que atuava no combate aos incêndios, falecido após a queda da aeronave em uma área montanhosa na região de Uiseong, localizada a cerca de 180 km de Seul.
Para combater os incêndios, aproximadamente 5 mil militares e 146 helicópteros foram mobilizados pelo exército sul-coreano, além de mais de 10 mil bombeiros. Diante da geografia montanhosa da região, o país depende das aeronaves para a contenção das chamas. No entanto, o Serviço Florestal da Coreia enfrenta dificuldades técnicas com sua frota de 48 helicópteros de origem russa, dos quais oito estão fora de operação devido a sanções impostas em razão da guerra na Ucrânia.
As chamas, impulsionadas por ventos intensos e condições secas, já devastaram mais de 17 mil hectares de florestas, danificando bairros inteiros e destruindo centenas de estruturas, incluindo o templo Gounsa, que possui mais de mil anos, localizado em Uiseong. A situação levou ao fechamento de diversas escolas, e as autoridades realizaram a transferência de aproximadamente 500 detentos de prisões situadas em áreas de risco.
Os incêndios tiveram início na noite da última sexta-feira, 21, no condado de Sancheong, na província de Gyeongsang do Norte, rapidamente se espalhando para Uiseong e avançando ainda para os condados de Andong, Cheongsong, Yeongyang e Yeongdeok. O presidente interino da Coreia do Sul, Han Duck-soo, que recentemente reassumiu o cargo em um cenário de crise política, afirmou que a gravidade das chamas superou todas as previsões para um desastre desse tipo. Ele declarou que os incêndios florestais em Ulsan e na região de Gyeongsang, que já duram cinco dias, provocam danos sem precedentes e estão avançando de forma que ultrapassa tanto as previsões existentes quanto as expectativas anteriores.
