O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou um pronunciamento de 49 minutos para jornalistas no Senado, após a sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, que o tornou réu em uma investigação relacionada a uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Durante sua declaração, Bolsonaro afirmou que o ministro Alexandre de Moraes deseja sancioná-lo com a pena máxima de trinta anos de prisão.
Bolsonaro questionou a severidade de algumas condenações, mencionando casos específicos, como o de uma mulher que escrevia mensagens com batom na estátua da Justiça. Ele se indagou sobre a caracterização da mulher como golpista e terrorista, enquanto alegou que Moraes pretende impor uma pena ainda mais pesada a ele.
No decorrer de sua exposição, o ex-presidente contestou a cronologia dos eventos citados pela Procuradoria-Geral da República como evidência da suposta preparação para o golpe. Ele começou sua argumentação mencionando uma transmissão ao vivo realizada em julho de 2021, quando ainda exercia a presidência. O ex-mandatário refutou as alegações que ligavam suas manifestações sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, suas falas em desfiles de 7 de Setembro e encontros com aliados políticos e militares após a sua derrota para Lula à tentativa de fomentar um golpe.
Bolsonaro também anunciou uma manifestação em defesa da anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, programada para ocorrer em 6 de abril, em São Paulo. Na ocasião, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) devem discursar no evento. O ex-presidente destacou que o apoio de governadores e parlamentares estará presente, reiterando seu desejo de buscar a normalidade no país, sem conflitos.