O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no dia 26 de julho a implementação de tarifas de 25% sobre veículos importados. Esta medida será aplicada de forma “permanente” até o final de seu mandato e incluirá automóveis e caminhões montados fora do país, abrangendo também marcas americanas que são fabricadas no exterior.
O governo estima que a nova tarifa pode gerar uma arrecadação de US$ 100 bilhões. Entretanto, os consumidores americanos podem enfrentar um aumento significativo nos preços, considerando que cerca de 50% dos veículos vendidos no país são importados. Ademais, essa iniciativa poderá provocar retaliações por parte da Europa, que já enfrenta desafios na sua indústria automotiva. A Alemanha, por exemplo, que é a maior economia do continente, exporta para os EUA veículos de marcas renomadas, como Volkswagen, Mercedes-Benz, BMW e Porsche.
As tarifas sobre automóveis representam apenas uma parte das ações comerciais em andamento. Além das taxas sobre aço e alumínio, o governo dos Estados Unidos planeja anunciar tarifas “recíprocas” em breve. Segundo o presidente, essa estratégia será aplicada a todos os países e pode surpreender os envolvidos, uma vez que muitas delas poderão ser inferiores às tarifas que esses países aplicam aos produtos americanos.
O governo brasileiro, por sua vez, expressou preocupação em um documento encaminhado ao Representante de Comércio dos Estados Unidos, alertando que a imposição de tarifas pode prejudicar gravemente as relações comerciais entre os dois países. O Brasil opera tarifas médias de importação de 11,3% para produtos que entram nos EUA, com alíquotas mais elevadas para bens de consumo.
Em contraste, as tarifas estadunidenses sobre produtos brasileiros são consideravelmente mais baixas, com uma média de 2,2%. O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Brasil destacou que a tarifa efetivamente aplicada pelo Brasil no comércio com os EUA é de apenas 2,7%, o que é inferior à taxa nominal de 11,3%.
O governo brasileiro estimou que as novas tarifas poderão resultar em um prejuízo de US$ 7,4 bilhões para o país, cifra que se aproxima do superávit que os EUA tiveram com o Brasil no ano anterior. Além disso, alerta-se que tais taxas poderão impactar negativamente a integração das cadeias produtivas e os negócios das empresas americanas em solo brasileiro. Nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam um superávit comercial consistente com o Brasil, totalizando US$ 160 bilhões em bens.