1 abril 2025
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Ibovespa Alcança Histórico de 133 Mil Pontos, Enquanto Dólar Continua em Alta

O Ibovespa apresentou uma valorização nesta quinta-feira (27), encerrando o dia acima dos 133 mil pontos pela primeira vez em seis meses. Esse movimento foi impulsionado pela JBS, com a participação das empresas de grande capitalização, como Vale e Petrobras, e em um ambiente de redução nas taxas de juros. O dólar, apesar de suas oscilações ao longo do dia, fechou em alta, novamente ultrapassando a marca de R$5,75. A valorização da moeda americana se deu em meio a inquietações do mercado sobre os impactos das políticas tarifárias dos Estados Unidos.

Ao fim do pregão, o dólar à vista teve uma alta de 0,44%, fechando a R$5,7580. O índice da bolsa brasileira registrou uma alta de 0,47%, finalizando a 133.148,75 pontos, tendo atingido 133.904,38 pontos em sua máxima e 132.478,98 pontos na mínima do dia, com um volume financeiro total de R$20,77 bilhões. O Ibovespa não atingia tal patamar desde 2 de outubro de 2024, quando registrou 133.514,94 pontos. Com o desempenho positivo de quinta-feira, o índice acumulou uma valorização superior a 8% em março e quase 11% no ano, conforme analistas atribuem essa performance a um movimento global que favorece mercados emergentes, como o Brasil, além da diminuição dos prêmios nas taxas de juros brasileira.

Dados da B3 indicam uma entrada líquida de capital estrangeiro de R$4,7 bilhões no mês de março até o dia 25, totalizando R$13,4 bilhões em 2025. Na manhã do mesmo dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA-15 de março, que apresentou uma desaceleração maior que a prevista em comparação ao mês anterior. Apesar disso, a inflação acumulada em 12 meses atingiu 5,26%, marcando o maior nível em dois anos. Economistas do Bradesco consideraram o resultado favorável, principalmente pela composição dos dados e pelas expectativas de uma pressão inflacionária menos intensa no futuro.

Na quarta-feira (26), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas de 25% sobre importações de veículos, agravando as tensões comerciais. Essa medida impactou negativamente o peso mexicano e o dólar canadense, além de afetar outras moedas, como o real e o peso chileno. O dólar iniciou o dia cotado a R$5,7226, mas atingiu uma máxima de R$5,7721 durante a manhã. A expectativa de uma elevação menos acentuada da Selic nos próximos meses também contribuiu para a alta do dólar, pois uma taxa básica mais baixa pode tornar o Brasil menos atrativo para investimentos estrangeiros. Por outro lado, representantes do Banco Central esclareceram que é necessário continuar a política de aperto monetário devido às expectativas de inflação acima da meta.

Durante uma coletiva de imprensa em Brasília, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o ciclo de aumento da taxa Selic deve se prolongar, embora em menor intensidade, até a próxima reunião de política monetária. A taxa Selic foi elevada na semana anterior em 100 pontos-base para 14,25% ao ano, com indicações de um ajuste menor para a próxima reunião. Galípolo também destacou que a instituição não tem intenção de alterar sua estratégia de rolagem de swaps cambiais, que tem sido utilizado para evitar pressões nas cotações.

Com o contexto econômico em evolução, após um pico pela manhã, o dólar estabilizou-se até o final do dia, antes de voltar a subir, registrando a segunda alta consecutiva. As preocupações adicionais em relação ao novo programa do governo para estimular o crédito consignado também influenciaram essa dinâmica. A análise do movimento indica que, enquanto o governo busca impulsionar o consumo, o Banco Central se esforça para desacelerar a economia, visando controlar a inflação.

No que se refere aos destaques do dia, as ações da JBS ON subiram 5,83%, beneficiadas pelo desempenho positivo do setor de proteínas. A Vale ON registrou uma alta de 0,8%, acompanhando os futuros do minério de ferro. A Petrobras também apresentou alta de 0,75% nas suas ações preferenciais, com um ligeiro aumento nos preços do petróleo. A Cogna ON teve uma valorização de 5,15%, devido a uma atualização positiva em sua projeção de preço pelo Bradesco BBI. Por outro lado, as ações da Americanas ON despencaram 25,97% após revelar números negativos em seu balanço trimestral.

Essas movimentações refletem um ambiente de incertezas e oportunidades, onde fatores globais e locais influenciam diretamente o mercado financeiro e as expectativas econômicas.

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