O comentarista José Eduardo Cardozo e o empresário ex-deputado federal Alexis Fonteyne participaram de uma discussão sobre o papel do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), em um processo que envolve a tentativa de golpe de Estado. A conversa ocorreu no programa “O Grande Debate” e abordou como as posições de Fux em relação ao julgamento da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras oito pessoas podem influenciar as decisões no tribunal. Dirigentes do PL, partido de Bolsonaro, expressaram renovadas esperanças em Fux, resgatando a frase “In Fux We Trust”, que traduzida significa “em Fux nós confiamos”.
Apesar dessas expectativas, o ministro Fux acompanhou a maioria da Primeira Turma e votou para que todos os mencionados se tornassem réus no caso. A Procuradoria Geral da República (PGR) já manifestou apoio ao encerramento da investigação contra Bolsonaro, a qual diz respeito à fraude em um cartão de vacina, e o STF espera que o julgamento do ex-presidente ocorra entre setembro e outubro. Isso ocorre em um contexto onde a direita tem realizado críticas acentuadas ao ministro Alexandre de Moraes e ao STF após o andamento do caso contra Bolsonaro.
Cardozo destacou que, até o momento, não há diferenças substanciais na essência das decisões dos ministros envolvidos no julgamento. Ele ressaltou que Fux não se posicionou contra a abertura dos processos e questionou a confiança dos defensores de Bolsonaro em um ministro que, na prática, endossa a continuidade da acusação. Ele sugeriu que pode haver divergências futuras, mas enfatizou a necessidade de uma análise puramente jurídica, sem extrapolações políticas sobre as decisões do tribunal.
Por sua vez, Fonteyne elogiou a postura de Fux durante o julgamento, destacando que o ministro não demonstrou emoções negativas, como ódio ou vingança. Ele mencionou a relevância das perguntas feitas por Fux e comentou sobre uma delação que, segundo ele, não foi voluntária. Fonteyne interpretou uma afirmação do ministro Alexandre de Moraes como uma ameaça implícita a Mauro Cid, associando-a a uma evidência anulatória que não deveria ser considerada válida. Esta perspectiva foi apresentada como um aspecto crítico da análise que Fux trouxe ao julgamento.