sábado, fevereiro 1, 2025
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Líder sul-coreano propõe discussão sobre lei marcial

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O presidente afastado da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, participou de uma audiência no Tribunal Constitucional nesta terça-feira, 21, onde discutiu seu processo de impeachment e apresentou justificativas a respeito do decreto de lei marcial que foi emitido no mês passado. Esta foi a sua primeira aparição pública desde que se tornou o primeiro líder sul-coreano em exercício a ser detido, e ele se comprometeu a responder todas as indagações do tribunal, ressaltando seu “forte compromisso com a democracia livre” durante seu tempo no serviço público.

Durante a audiência, os representantes legais de Yoon contaram que a intenção do decreto era alertar sobre os supostos abusos do Partido Democrata, que está na oposição. O advogado Cha Gi-hwan afirmou ao tribunal que “o decreto tinha como objetivo apenas estabelecer o formato da lei marcial” e que nunca foi a intenção colocá-la em prática, uma vez que isso poderia gerar conflitos com leis superiores. Yoon também refutou as alegações de que havia dado ordens para que tropas militares removesse os parlamentares da Assembleia Nacional, que discutiam a suspensão do decreto de lei marcial. Durante seu depoimento, ele enfatizou que as tropas presentes no parlamento em 3 de dezembro não estavam lá para obstruir a votação, pois tinha consciência de que tal ato poderia resultar em uma crise insustentável.

Ele afirmou em sua declaração que no país, “o parlamento e a mídia têm muito mais influência do que o presidente,” afirmando que “não teria conseguido lidar com as consequências” caso tentasse impedir a votação. Contudo, alguns comandantes das forças militares que estavam presentes na Assembleia contradisseram a versão de Yoon. O comandante de uma unidade de forças especiais, Kwak Jong-keun, revelou em audiência que Yoon havia contatado diretamente seu comando com a solicitação de “destruir rapidamente a porta e remover os legisladores de lá,” embora tenha decidido não seguir a ordem.

Yoon Suk Yeol permanece detido após ser investigado por suposta tentativa de golpe ao instituir a lei marcial no país em dezembro do último ano, o que aconteceu após uma ação policial em sua residência no que é conhecido como “Beverly Hills de Seul”. Uma tentativa anterior de prisão, em 3 de janeiro, não teve sucesso, já que agentes não conseguiram ultrapassar a segurança presidencial. Na última sexta-feira, a equipe de investigação solicitou a extensão do período de detenção do presidente.

Em ocasiões anteriores, Yoon optou por não se pronunciar durante os questionamentos da agência anticorrupção da Coreia do Sul, exercendo seu direito ao silêncio. Um de seus advogados, Seok Dong-hyeon, afirmou que “ele manifestou sua posição no primeiro dia” de prisão e que não havia motivos para responder a perguntas formais. A defesa do presidente afastado refutou as alegações de que ele teria arquitetado uma insurreição, crime que pode levar a pena de morte ou prisão perpétua no país, onde a imunidade presidencial não é reconhecida. O Tribunal Distrital Central de Seul negou um pedido da defesa de Yoon sobre a legalidade de sua detenção. Caso o Tribunal Constitucional decida contra Yoon, ele enfrentará um processo de impeachment com eleição prevista para ser realizada em até 60 dias.

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